Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
terça-feira, 24 de março de 2015
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 240 - Por Luiz Domingues
Uma exposição surpreendente foi proporcionada-nos quando recebemos o inusitado convite para uma entrevista em uma revista de alcance popular. Estávamos habituados a sermos publicados em revistas especializadas de música e sobre o Rock em específico, mas uma publicação fora desse mundo foi uma novidade, e muito bem vinda por sinal, pois tratou-se de uma oportunidade para expandirmos o nosso horizonte. Foi a revista : "Amiga TV Tudo", especializada em assuntos sobre os bastidores da produção feita pela TV; a conter fofocas sobre artistas desse mundo; as suas novelas e programas de auditório etc. Claro que não tratava-se do nosso habitat natural, mas o simples fato de termos sido abordados espontaneamente pela produção da revista, foi comemorado, pois denotou um crescimento visível da nossa marca. Se recebemos tal convite, realmente fora um indicativo de que estávamos a começar um processo no sentido de desgarrarmo-nos do mundo fechado do patamar "underground" e por dedução, a chamar a atenção da mídia "mainstream", ainda que nesse caso, o público alvo desse tipo de publicação, seria totalmente insólito para uma banda com a sonoridade e propósitos d'A Chave do Sol. Enfim, aceitamos conceder a entrevista, que foi realizada na residência do Rubens, em meio a uma tarde de um dia útil, e a matéria foi publicada no nº 816 dessa publicação, com direito a uma foto promocional e oriunda daquela sessão "equivocada" (que tanto eu já citei), mas este click ao menos, esteve mais razoável.
Eis a transcrição da matéria :
"A Chave do Sol só nos Baratos (primeiro LP anima grupo)
Há três anos surgia em São Paulo um grupo que se definia eclético, misturando Rock, Jazz e Heavy-Metal. Formado por Rubens (22 anos, Guitarra), Luiz Domingues (25 anos, Baixo), Zé Luis (24 anos, Bateria) e Fran (vocalista), A Chave do Sol resolveu mostrar que é possível fazer uma música no estilo metaleiro com muita criatividade e qualidade. Dispostos a conquistar seu espaço, o grupo lança seu primeiro LP pela Gravadora Baratos Afins. A banda existe desde 82 e ano passado gravou um compacto simples cuja faixa principal é a canção "18 Horas", que foi bastante executada pelas rádios paulistas, na maioria alternativas. Depois de algumas modificações, os rapazes do A Chave do Sol afirmam que o grupo agora está perfeito. Inspirados no Jazz e Rock dos anos 60, eles partem com uma proposta diferente : criar um som voltado e preocupado com a parte técnica e combinação de metais, ou seja, criatividade. Segundo Rubens, a intenção da banda é acabar com aquela ideia de que Heavy Metal é apenas uma música barulhenta".
Solange Guarino
Bem, a moça foi extremamente simpática para conosco, entretanto, ela cometeu alguns deslizes na edição a posteriori da conversa que tivemos, e de nada adiantou a gravação dessa entrevista mediante o uso de um gravador e tampouco as suas anotações de apoio, pelo visto. Bem, já começou com o subtítulo da matéria. Dou o desconto que a história do EP gerou muita confusão na mídia, conforme já venho a relatar nesta autobiografia, mas afirmar logo de início que estávamos a lançar um "LP", já foi demais, ao denotar a sua desatenção aos fatos. Uma outra observação que eu faço, não é uma queixa, mas uma constatação : incrível como nesse ramo de jornalismo, especializado em TV, existia (e ainda existe), a tola preocupação em definir a idade das pessoas. Qual a relevância em haver determinado a idade de cada um de nós ? E ao admitir que isso seria uma praxe nesse tipo de mídia de TV, esqueceram-se de definir a idade do Fran, como vê-se na publicação. Um outro ponto interessante, em dado instante, ela embaralhou a conversa, pois afirmou que usávamos "metais" em nossas músicas, certamente ao confundir-se com toda aquela baboseira sobre a tribo dos "metaleiros", fomentada por incautos durante a realização do Festival Rock in Rio e assim misturar conceitos dispares. E para constar : nem éramos uma banda orientada pelo Heavy-Metal e não usamos instrumentos de sopro em nossa formação, os ditos "metais". Enfim, a boa intenção dela foi ótima, e a despeito dessas falhas, ficamos contentes por sair em uma revista popular e obter assim, a oportunidade em atingir um público diferente.
Continua...
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