sábado, 7 de março de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 32 - Por Luiz Domingues


Mudei-me para esse sobrado da Rua Castro Alves, no bairro da Aclimação, no dia 16 de setembro de 1991. Já no dia seguinte, eu recebi os meus primeiros alunos a conhecer o meu novo endereço. Para quem conhece o bairro da Aclimação, na zona sul de São Paulo, exemplifico que eu morava no último quarteirão, entre os cruzamentos com as Ruas Safira e Armando Ferrentini, ou seja, o último quarteirão da Rua Castro Alves. Nessa época, a Av. Aclimação, uma via paralela, era ainda 99% residencial, mas já sinalizava mostras de mudanças à vista, com várias residências a ser adaptadas para o comércio, e hoje em dia (2015), tal avenida vive os seus dias exatamente ao contrário, com 1% (ou nem isso), de famílias a residir ali, em meio a um universo a conter restaurantes; lojas; agências bancárias etc.

Sobre a minha percepção inicial com a mudança, de imediato eu notei que o conforto para as aulas e a privacidade da minha família, estavam garantidos. A minha sala de aulas ficava no compartimento térreo de um sobrado, provavelmente construído durante os anos quarenta do século XX, dividido em três partes. Portanto, não havia contato entre os alunos e o restante da minha casa.

A questão do barulho produzido pelas aulas, também era bem equacionada, primeiro; pelo fato de que eu nunca permiti o som alto e segundo; por que a sala era bem fechada. Havia uma pequena área anexa, a conter um banheiro; também um mini hall disponível, e a seguir, a comunicação com a garagem, por duas portas. Em princípio, eu mantive uma decoração austera.

Tratou-se de poltronas para os alunos que chegavam antes (e eu já estava acostumado com esse fenômeno deles estabelecer amizades mútuas, e a comparecer horas antes do horário habitual, só para encontrar-se conversar), e a cadeira do aluno em frente à minha. Outros objetos : um "criado mudo" improvisado como o meu arquivo com material didático; o amplificador, e o baixo Tajima, que todo aluno meu tem saudade, certamente, pois tal baixo foi o instrumento oficial das minhas aulas, desde 1989, quando eu saí da residência do vocalista Beto Cruz, onde ministrara aulas entre 1987 e 1989. Como decoração, houve em princípio, apenas um relógio de parede onde eu controlava o tempo das aulas. No futuro, pus-me a mudar radicalmente a ambientação, mas falo sobre isso no momento certo da cronologia.


Continua... 

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