domingo, 6 de janeiro de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Leandro) - Capítulo 22 - Por Luiz Domingues


E dessa forma, tocamos no dia 10 de junho de 1980, para um público reduzido, com apenas 15 pessoas presentes.
A banda que acompanhou o Leandro nessa noite foi formada por : Lizoel Costa na guitarra; eu no baixo; Fernando Marconi na percussão, e o próprio Leandro, ao violão.
Foi uma apresentação em uma terça-feira, o que justificava tão pouco público, mas independente disso, o Leandro mostrou-se desanimado.


Talvez tivesse fantasias na sua mente, ao achar que faria sucesso imediato, mas evidentemente que não seria assim, ainda mais com o som dele, que não apresentava nenhum grande trunfo artístico. A despeito de possuir boas canções no repertório, não havia nada revolucionário no seu trabalho, e ele era um rapaz com aparência comum, sem nenhum diferencial, pelo contrário,  vestia-se de uma forma bem discreta e tradicional, sem nada que chamasse a atenção.

E esse show-teste foi o primeiro e único que realizamos. Ao alegar preferir concentrar-se na produção do disco, não marcou mais nenhuma data, e dali em diante, ficaríamos concentrados só nos ensaios para entrar em estúdio. Em princípio, o time de músicos seria aquele da apresentação e alguns poucos convidados
, apenas.



                        Fernando Marconi, em foto bem mais recente


Com o passar do tempo, ele pôs-se a mudar de ideia e começou a convidar outros músicos. De fato, havia algumas canções que seriam melhor executadas com arranjos diferenciados e inclusão de outros instrumentos.Sambas e baiões soariam melhor com formações típicas desses estilos musicais. Teclados só enriqueceriam o disco etc. Então, ele  diminuiu o nosso espaço, ao convidar também outros baixistas, guitarristas e percussionistas. O espaço do trio original foi drasticamente reduzido..Das várias músicas que eu tocaria, algumas semanas depois, fui avisado de que só gravaria quatro. Depois três, depois duas...
Quando ele marcou a data da gravação, só restara-me uma música, "A Vingança do Hipocondríaco", uma samba-de-breque do Carlos Mello, que era também do repertório do Língua de Trapo naquela fase. Fiquei chateado, é claro, pois estava ensaiado e perdi meses nesse esforço...

Continua...

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