Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 13 - por Luiz Domingues

Acompanhei o casal Júnior e Claudia, em algumas tentativas para fechar-se um lugar para a tal festa, mas as negativas foram constantes nessas investidas. Em termos de patrocínios, o mesmo fenômeno, infelizmente. Isso pôs a minar as esperanças do casal em torno desse projeto, até que o Júnior finalmente o descartou. Em uma reunião com a banda, comunicou-nos que havia desistido da festa, e que focaria doravante os esforços em torno da volta da Patrulha do Espaço, à cena. O objetivo seria agora arrumar um lugar para fazermos a estreia da nova formação. Então, ensaiávamos firmes, e tentávamos acertar logo essa data. 

Nesse ínterim, o Rodrigo conseguiu de forma gratuita o estúdio e o laboratório fotográfico de sua faculdade. Um colega dele prontificou-se a clicar as fotos promocionais, gratuitamente e assim, só pagaríamos os filmes e o material de revelação. 

Essa foto acima foi dos bastidores da primeira sessão de fotos que estou a narrar. Mas realmente, as fotos clicadas não ficaram melhores do que essa, bastante prejudicada na revelação...

Isso ocorreu mais ou menos em junho de 1999. Realizamos uma quantidade absurda de fotos, a aproveitar bem o caráter gratuito da empreitada, mas nenhuma foto foi escolhida, pois realmente não ficaram boas. Usamos algumas poucas, emergencialmente, escolhidas entre as menos ruins. O rapaz teve boa vontade, mas não clicou nada que agradasse-nos inteiramente. As fotos ficaram um tanto quanto caricatas, ao retratar-nos a usarmos figurino teoricamente com élan sessentista, mas não conseguiu extrair o ranço a parecer mais uma festa a fantasia dos anos sessenta.

Imprimir uma imagem autêntica seria importante para o projeto, e não uma caricatura patética para depor contra. Em junho, o Júnior começou a fazer negociações com um salão tradicional de Rock na zona leste de São Paulo, e após diversas reuniões, resolveu-se então por uma data.

Tínhamos enfim, uma data de estreia, o dia 14 de agosto de 1999, um sábado. Mas essa negociação apresentou histórias engraçadas.
Chegou-se em um ponto onde tornou-se quase um acontecimento folclórico, negociar com os donos do tal salão. O fato, é que os proprietários do salão não colocavam fé na capacidade da Patrulha do Espaço em angariar um público interessante. Eram raros os shows ao vivo ali, e para eles, era muito mais cômodo, empreender as suas tradicionais noitadas, alimentadas pelo som mecânico. Contudo, eis que convenceram-se de que poderia dar certo, e assim, fechaou-se a data.

Continua...