Evidentemente que os anos passaram, tornei-me um homem de meia-idade e mediante a experiência acumulada por anos a fio, e somada a toda a gama de passagens pelas quais passei, positivas e negativas, claro que a minha visão ficara diferente. Portanto, havia sim, essa reflexão de regozijo, mas também a cautela por saber que essa visão edulcorada não cabia mais no frescor do momento.
Nós havíamos abandonado o Sidharta, apenas simbolicamente, pois todo o repertório, e principalmente o conceito do projeto estavam apenas a incorporar-se a outra vestimenta. Nesse sentido, o fato do Sidharta ter precipitado a volta da Patrulha do Espaço, poderia ser interpretado como uma fusão que deu a possibilidade do Sidharta subir um degrau, sem ter feito nenhum show na sua história.
E do lado da Patrulha, uma banda alojada há anos no ostracismo, e a viver de aparições sazonais, e sem criar nada desde a metade dos anos oitenta, a possibilidade em injetar sangue novo, com vinte e uma músicas inéditas na bagagem; poder apresentar dois multi-instrumentistas jovens, e sensacionais, além de toda uma evocação sessenta-setentista que não tinha desde a época de sua fundação em 1977, com Arnaldo Batista no comando da nave. Foi portanto, uma fusão muito boa para ambos.
E os meninos, estavam eufóricos. Claro, eles já eram ultra talentosos, mas completamente desconhecidos na cena musical. As suas experiências respectivas resumiam-se à aparições amadorísticas com bandas de garagem em festinhas; festivais colegiais, e bares onde a audiência era predominantemente de amigos, apenas. Em poucos meses de Patrulha do Espaço, os seus rostos já começaram a aparecer em jornais e revistas, shows etc. Mas aí, é assunto para os próximos capítulos.
Continua...
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