segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 175 - Por Luiz Domingues


Chegou enfim, o dia da estreia oficial do Fran Alves... 31 de janeiro de 1985, no Teatro Lira Paulistana. Muitos avisos do show saíram em jornais, nas páginas de agenda cultural, ao dar-nos um suporte bom, além da divulgação tradicional através de cartazetes e filipetas, proporcionadas pelo bom trabalho executado por Antonio Celso Barbieri, o produtor do show. 

Claro, havíamos disparado a nossa mala postal, também, que naquela altura crescia vertiginosamente, com um volume significativo em termos de adesões ao Fã-Clube, que por sinal, era tocado por nós mesmos (leia-se : eu, Luiz Domingues, e Zé Luiz Dinola).

O enfoque nessa data houvera sido proposital, como já salientei anteriormente, justamente por considerarmos que os dois shows que ocorreram dias antes, não teriam a estrutura que considerávamos adequada para um momento significativo da banda, como a estreia de um novo vocalista, ao imprimir uma nova identidade visual; cênica, e sobretudo sonora, à banda. 


Estávamos musicalmente preparados, e de certa forma, o fato de ter havido dois shows preliminares, já com a presença dele, ajudou-nos a quebrar o gelo de uma estreia oficial. Dessa maneira, estávamos seguros da performance e prontos para um grande show. 

Esse projeto do produtor, Barbieri, foi uma espécie de resposta irônica ao fato do Rock in Rio ter ignorado todas as bandas paulistas em condições de ter sido escaladas naquele festival carioca (ao considerar-se o pessoal que habitava o patamar mainstream, é claro, e nesse raciocínio, o que dizer de nós, e dezenas de bandas que compunham a cena underground ?). Lógico, a estrutura do teatro Lira Paulistana, em comparação com o mega festival de Roberto Medina, mostrava-se nanica, e seria como querer estabelecer uma comparação entre um carro do porte de uma Ferrari e um carrinho de plástico, de R$ 1,99, se levada à risca. 

Contudo, o Lira Paulistana foi um baluarte do artista independente brasileiro, e muito orgulhou-nos termos mais uma oportunidade em apresentarmo-nos no famoso palco subterrâneo da rua Teodoro Sampaio, 1100. Naquela noite, uma banda de abertura estava escalada por Barbieri. Chamava-se : "Fênix". Sinceramente não lembro-me muito bem do trabalho desses artistas, e sob uma vaga lembrança em assistir um pedaço de seu soundcheck, e de seu show, pelo famoso "observatório secreto" da coxia do Lira, a minha reminiscência remota aponta para mais uma banda de garotos imberbes e influenciados pelo Heavy Metal britânico, oitentista e típico daquela época. Terminado o show deles, chegara a hora do público conhecer o novo vocalista d'A Chave do Sol, Fran Alves...
Continua...
 

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