sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 25 - Por Luiz Domingues

Se estivéssemos a gravar de uma forma independente, essa produção teria sido rápida. Mas como dependíamos da direção da gravadora, as sessões foram espaçadas, ao arrastar a agenda, mesmo por que, havia outras bandas da mesma coletânea para gravar-se.Veio a sessão do Deca, mais sossegada, mas nem tanto...

Lembro-me da sessão dele também por um fato inusitado e agradável, posso dizer. Como já havia contado, o estúdio tinha duas salas. Na sala A, que era muito maior, nesse dia, estava ali a trabalhar, o Jorge Benjor.

Encontramos com ele no espaço do café do estúdio, e ele foi extremamente simpático para conosco, ao levar-nos para a sala A, onde pudemos assistir um pouco da sessão de gravação das bases de sua banda. O clima entre os membros de sua banda mostrou-se marcado por muita camaradagem, ao dar-nos a certeza de que trabalhar com ele devia ser muito bom. Jorge tinha algumas presenças femininas consigo, e de fato, a alquimia estava boa para ele, ali. Salve simpatia...

Na mesma sessão, esteve presente um dos membros do Duo performático, "Os Mulheres Negras", provavelmente  a convite do Jorge. Mas esse cidadão não foi nem um pouco simpático para conosco, lamentavelmente. E por fim, a sessão do Chris para gravar o seu vocal solo, também deveria ter sido tranquila. O Chris, apesar de ser um brincalhão incorrigível, na hora em que precisa desempenhar, é focado. Todavia, o produtor atormentou-o, e raro, eu pude ver o Chris irritado, e de tão contrariado gravou de costas para a técnica, pois não suportava mais as interrupções constantes do cidadão. Apesar dos pesares, ele conseguiu gravar, mesmo com essa tensão. Dias depois, fomos convidados para participar do coro de um refrão de uma das músicas da banda brasiliense, "Little Quail", que fazia parte da mesma coletânea.

A ideia foi ter uma multidão para reforçar o coro que dizia : "Não tem cinco, não tem seis"... ao responder para o vocalista da banda que cantava : "Um, dois, três, quatro"... além de membros de todas as bandas da coletânea, lembro-me da presença de músicos de outras bandas presentes, tais como o pessoal do Viper; Anjos dos Becos, e Okotô, por exemplo. 

Dividi o meu microfone com o Lee Marcucci, e o guitarrista do Okotô. Foi uma bagunça total, com mais de quarenta pessoas a berrar, mas foi divertido. E foi nessa sessão que autografamos (todas as bandas), uma pele de caixa de bateria, cuja foto aparece na ficha técnica do CD / LP (sim, esse disco ainda saiu sob o velho formato de vinil).

Continua...

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