sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 33 - Por Luiz Domingues

Por tratar-se de um festival com várias bandas, cada uma tocava apenas três músicas, ao configurar-se portanto como um show de choque. A troca de bandas e tempo para "setar" cada uma (termo aportuguesado e derivado do inglês "Set up"), seria maior que o tempo de show de cada banda. O show, apesar disso, foi exatamente como acontecera no ano de 1992, ou seja, muito energético. O público dessas festas da rádio Brasil 2000 FM, era um público jovem, e que gostava do som dessas bandas nacionais, portanto, a resposta era imediata. O som estava bom. Não lembro-me que empresa contrataram, mas era uma das grandes que fazem grandes eventos em São Paulo. Foi um P.A. compatível com o tamanho da casa, claro, mas a observar-se com grande qualidade. E o equipamento de palco, idem, amplificadores importados, bateria adequada etc.

Ao entrarmos em 1994, as perspectivas pareceram magníficas. Com o disco lançado e um clip a ser produzido, contávamos com um significativo aumento de shows na agenda e consequentemente, novas oportunidades, quiçá com um empresário bem situado no mercado, a interessar-se pelo nosso grupo, assim esperávamos...
Já tínhamos a certeza de que a música : "Under the Light of the Moon", entraria na programação da Rádio 89 FM, mas em princípio, para tocar apenas em horários alternativos. O aumento dessa execução e sua possível recolocação para os horários nobres, ocorreria apenas se houvesse uma resposta popular.


O encarte do CD, lançado tempos depois, acompanhou o encarte do LP, com as letras das músicas, disponibilizadas

Em tempos ainda de internet restrita a uma camada pequena da população, essa pressão popular esperada pela estação, foi exercida predominantemente através do telefone, mas as velhas cartas manuscritas e entregues pelos nossos valorosos carteiros, também mantinham a sua força. Dessa forma, já com um batalhão de "Neo-Hippies" à minha disposição, em minha sala de aulas, essa pressão que desejavam seria exercida em nosso favor, e assim o foi, como contarei na cronologia dos fatos.

No tocante ao clip, a Eldorado estava a disponibilizar verba para cada banda, mensalmente. A ideia foi um clip a ser produzido por mês, e paulatinamente entrar-se na grade das estações de TV. Inicialmente, seria uma certeza que a MTV apoiaria, quanto às estações abertas, havia uma pequena esperança, e na TV a cabo, que ainda tinha campo de atuação bem tímida nessa ocasião, também, embora os poucos canais existentes, dessem prioridade ao material estrangeiro naquela época. Sabíamos que seria um clip simples, sem pirotecnias. Deram-nos a liberdade para dar algumas ideias, mas o básico seria : a banda a dublar, como ênfase. Apesar dessa animação toda, estávamos sem perspectiva de shows no início do ano, ao contrário do que pensamos engatar. Apenas começamos a engrenar novamente, a partir de março de 1994.

Resenha sobre a coletânea, publicada na Revista "Rock Brigade", em janeiro de 1994

Ainda assim, comemorávamos matérias de jornais e revistas a aludir ao lançamento do LP. Paralelamente, surgiu uma possibilidade de um contato obtido pelo nosso baterista, Juan Pastor, para patrocinar camisetas. Essa negociação começou em fevereiro, mais ou menos, logrou êxito, parcialmente e sobrou para a minha pessoa o maior ônus do encargo em contrapartida... contarei detalhes sobre isso, no próximo segmento.

Resenha da coletânea na Revista General. O comentário ao nosso respeito é absolutamente hilário, e ao mesmo tempo inadmissível por tratar-se supostamente de uma revista "especializada". Como assim, "o nome diz tudo"...? Se quem assinou essa resenha tivesse ouvido as duas faixas de nossa autoria, teria percebido, ao contrário do que o nome da banda sugeriu-lhe, que não éramos uma banda signatária de vertentes radicais do Heavy-Metal ou Punk-Rock, ora bolas...

Continua...

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