quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 60 - Por Luiz Domingues

Enfim chegou o dia e fomos tocar no Morro da Lua. Levamos todo o nosso equipamento de ensaio, incluso o nosso mini P.A., mas ele era adequado apenas para pequenos shows em casas de pequeno porte e servia-nos para os nossos ensaios, é claro. 

Mas daí a tocar em um lugar ermo, ao ar livre, seria realmente uma piada. Todavia, firmado o compromisso, não poderíamos mais desistir da ideia, visto que o dono da pista de motocross já havia tomado as providências para providenciar um gerador de energia, mandado fazer filipetas etc. O local ficava em um lugar inóspito, mesmo ao fazer parte do elegante bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo. Para sinalizar a entrada, foram colocadas tochas de fogo. Chegamos no período da tarde, com o dia claro, logicamente para poder arrumar tudo. O Zé Luiz tomou a dianteira para lidar com o gerador (sempre o super polivalente Zé Luiz...). E à medida que começou a escurecer, tudo estava pronto. 
Onde montamos o equipamento, só absorveria o som minimamente mixado, quem ficasse realmente muito perto, e de frente. Poucos metros fora desse ângulo, e tudo tornava-se uma massa sonora amorfa. Havia um local mais adequado, dentro de um pequeno galpão construído, porém o dono queria a todo custo que ficássemos no meio da pista. Fazia sentido visualmente para a festa dele, mas só funcionaria com uma estrutura de palco e equipamento condizente. 

Então, seguiu-se uma longa e entediante espera, pois o evento só começaria por volta da meia-noite. O frio foi de rachar, pois estávamos em junho, e aquele lugar alto e descampado, dava-nos uma sensação térmica ainda pior, devido ao vento. Começaram as disputas de motocross, e os sujeitos corriam e faziam aquelas loucuras todas no escuro. Era muito perigoso, mas quem estava ali, era um público bastante interessado nessa performance. Foram várias quedas; colisões, e sustos do gênero, a arrancar gritinhos dos aficionados. Entre nós, o Zé Luiz vibrava, pois era / é fã de esportes automotivos radicais. 

Continua... 

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