quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 42 - Por Luiz Domingues

Realmente ela foi um talento bruto extraordinário, contudo a nossa banda também detinha os seus méritos. Não éramos descartáveis como talvez algum produtor houvesse lhe sugerido no afã de fomentar a sua carreira solo. 

Entretanto, naquele momento e circunstância, claro que tomamos um baque forte com a saída repentina dela. Foram alguns meses difíceis, a nos forçar a promover uma readaptação musical, e também para buscarmos um novo embalo gerencial.

Contudo, já na virada do segundo semestre, nós daríamos um salto geométrico, portanto muito maior, a superar a boa onda em que estivemos inseridos entre outubro de 1982 e abril de 1983, ainda bem.

Se a Verônica tivesse permanecido conosco, poderíamos ter tido um outro rumo, é bem verdade. Com um direcionamento mais Pop, as nossas aparições no programa de TV: "A Fábrica do Som", que ocorreriam a partir de julho daquele ano de 1983, poderiam ter despertado a atenção de gravadoras, e produtores. 

A Verônica passaria como um trator (no bom sentido, e claro), sobre aquelas cantoras em voga do BR-Rock 80's. Com todo o respeito à Paula Toller, Virginie, Dulce Quental e também sobre as duas meninas que cantavam como backing vocalistas da Blitz (é bem verdade, Fernanda Abreu ganhou notoriedade a posteriori), o fato é que todas seriam ofuscadas por ela, fatalmente, tanto pela voz visceral, quanto pela beleza física, ainda mais ao contar-se com o fato que haveria uma produção cuidadosa no tocante aos cuidados com o figurino, cabelo & maquiagem dela. 

Mas o destino traçou a sua meta de uma forma diferente, e ela preferiu sair para buscar o seu sonho de uma outra maneira e a nossa vida seguiu para uma outra direção. 

Continua...

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