quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 45 - Por Luiz Domingues


Sem Verônica, e sem o Victória como um palco fixo, com direito a bons cachets e badalação, ficamos sem perspectiva imediata para seguirmos no ótimo embalo que havíamos obtido desde outubro de 1982. Então, o Dinola teve a ideia de produzirmos um show em um espaço alternativo, que não fosse uma casa noturna, onde poderíamos tocar mais o nosso material autoral do que covers. 

Surgiu então a ideia de alugarmos um pequeno teatro que pertencia a um colégio particular, na Av. Angélica, chamado : Colégio Piratininga. O motivo dessa escolha foi o fato do Zé Luiz ter estudado em tal estabelecimento, e conhecer pessoas da direção do mesmo, ao facilitar o contato. E o início da conversação foi promissor, pois o colégio aceitou ceder-nos o teatro sem custos, mediante uma pequena compensação : pediu-nos para providenciarmos cortinas pretas de cenografia para tampar as coxias, que não havia no teatro, e que elas ficassem para o espaço definitivamente, em troca do espaço. Como tratava-se de um pequeno auditório (cerca de trezentos lugares), o material usado seria muito mais barato que um aluguel em outro teatro qualquer, e dessa forma, aceitamos. 

Mas o colégio não estava acostumado a fazer produções abertas ao público em geral, e seu uso era restrito às atividades escolares, portanto, não possuía nenhuma licença da prefeitura, e nem sabia lidar com ECAD, OMB, e tantos outros órgãos a cobrar taxas e impostos e / ou criar empecilhos, e nós... também não sabíamos... 

Então, foram vinte e poucos dias de trabalho intenso, pois tivemos que providenciar toda essa burocracia, divulgação e produção do show. Fora ter que pensar em cenografia, pois tínhamos de preparar as cortinas, pensar em um cenário minimamente interessante, alugar P.A. e equipamento de iluminação. E claro, tínhamos que ensaiar ! Sem a Verônica, foi preciso adaptar o vocal do Rubens para a maioria das músicas; o Zé Luiz em algumas, e até eu entrei no esforço cooperativo, a enfrentar como vocalista solo, mesmo sabedor que minha voz servia para backing vocals, no máximo. Foram dias intensos de trabalho, e uma certa apreensão, pois o risco foi grande ao considerar-se que dependeríamos de uma incerta bilheteria...

Continua... 

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