A seguir, enquanto terminávamos a canção francesa, o Laert já estava
preparado para voltar em cena. Ele retornava vestido como Rocker dos anos
sessenta, e nós tocávamos um blues, chamado : "Amor à Vista".
Nessa canção,
ele colocava todos os seus signos hippies para fora, ao evocar suas
raízes, e eu gostava demais de tocar essa música, por várias razões :
1) Primeiro, por que era um Blues lindíssimo, muito bem composto, e como o arranjo era dramático, inspirava-se no som de Janis Joplin e Joe Cocker, sobretudo.
2) Era também era um momento raro, onde alheio à sátira que permeava o trabalho todo do Língua, a música era tão bonita, e tão cheia de vibrações dos sixties, que eu apreciava aquela epifania até a última gota.
3) Apesar de tudo isso que citei sob um âmbito muito pessoal e idiossincrático, enquanto piada, funcionava muito bem, pois era uma letra brilhante do Laert, a satirizar o sentimento do conservadorismo, e seus preconceitos contra a classe operária, através da história de um cafetão "politizado". O desfecho da música, com o Laert dramaticamente a imitar o Joe Cocker, e a Janis Joplin, revelava-se o momento onde as pessoas finalmente entendiam o significado da letra, e riam muito.
4) E também por ser um elo remoto entre eu e o Laert, como egressos do velho Boca do Céu, de 1976.
1) Primeiro, por que era um Blues lindíssimo, muito bem composto, e como o arranjo era dramático, inspirava-se no som de Janis Joplin e Joe Cocker, sobretudo.
2) Era também era um momento raro, onde alheio à sátira que permeava o trabalho todo do Língua, a música era tão bonita, e tão cheia de vibrações dos sixties, que eu apreciava aquela epifania até a última gota.
3) Apesar de tudo isso que citei sob um âmbito muito pessoal e idiossincrático, enquanto piada, funcionava muito bem, pois era uma letra brilhante do Laert, a satirizar o sentimento do conservadorismo, e seus preconceitos contra a classe operária, através da história de um cafetão "politizado". O desfecho da música, com o Laert dramaticamente a imitar o Joe Cocker, e a Janis Joplin, revelava-se o momento onde as pessoas finalmente entendiam o significado da letra, e riam muito.
4) E também por ser um elo remoto entre eu e o Laert, como egressos do velho Boca do Céu, de 1976.
Nós nunca falamos abertamente sobre isso, mas pairava no
ar uma certa cumplicidade nossa, ao entreolharmo-nos nos shows, nesse
momento, e seria uma forma sutil para um dizer para o outro : conseguimos... o que fora um sonho
utópico em, 1976, estava concretizado, enfim, naqueles tantos shows que fizemos juntos entre 1983 e 1984, pois agora lotávamos teatros, a tocar e cantar bem. E o
melhor de tudo, por agradar o público, que saía toda noite extasiado. Mas
estou a antecipar-me demais, a falar da turnê toda. Por ora, o assunto é
o show de estreia, que estou a destrinchar, nesta narrativa. O
arranjo era bem robusto nessa música. Com duas guitarras; piano elétrico;
baixo, e bateria, fazíamos um blues intenso e muito dramático. Lembro-me
que o Naminha tocava com uma garra incrível. Baixava o John Bonham nele
nessa hora, tamanho o peso que ele imprimia, e ele sempre emocionava-se.
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