sábado, 31 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 2 - Por Luiz Domingues


Em janeiro de 1992, recebi o telefonema do Chris Skepis, que falou-me de sua intenção em formar uma nova banda com som autoral, onde dizia já possuir um material grande, composto, e que estava com dois outros músicos já contatados : outro guitarrista, e um baterista. Mostrei-me interessado em conhecer o trabalho, e marcamos um ensaio em um estúdio perto da Estação Santa Cruz, do Metrô. Ao chegar lá, gostei do astral dos rapazes.



O baterista, Juan Pastor, era estudante de jornalismo, e estagiário na rádio 89 FM, que à época, era a principal rádio Rock de São Paulo.



E o guitarrista, chamado, Luciano Curvello Cardoso, apelidado como, "Deca", que havia morado muitos anos em Madrid, e na volta à São Paulo, havia passado por uma banda Pop Rock sem grande relevância (chamada : "Trama"). Minha primeira impressão do som, foi que pretendiam fazer um trabalho "indie" (uma vertente oriunda do Pós-Punk oitentista), mas não exatamente a descambar para aquelas esquisitices peculiares desse espectro. O guitarrista, Deca, tocava de uma forma bem Rock'n Roll tradicional, com muita influência de AC/DC, e o Chris, apesar de insistir em perseguir a roupagem moderna, era um expert em Rock 1960 / 1970, ao possuir uma coleção de vinis gigantesca, inclusive, e uma enorme coleção de Bootlegs dos clássicos. Só com os Rolling Stones, ele devia possuir mais de cem 100 discos pirata, ao perfazer um material incrível. Gostei do astral dos rapazes e apesar de não ser o som dos meus sonhos, eu estava há bastante tempo sem um trabalho fixo autoral. Sendo assim, logo no primeiro contato, aceitei a oferta e formou-se aí o Pitbulls on Crack. Mas o nome só veio algum tempo depois. Mais ou menos em março de 1992, é que mediante uma lista e votação, decidiu-se por esse nome. 


A ideia original saiu de uma foto que o Chris viu em uma revista norteamericana, onde Steven Tyler (vocalista do Aerosmith), aparecia com uma camiseta, cuja estampa tinha essa frase. Particularmente, achei feio e votei contra, mas os outros nomes propostos eram ainda piores, como "Clap Queen" (Rainha da gonorréia), e outros piores. A intenção seria mesmo ser em inglês e ser agressivo, ultrajante. Nada a ver comigo... mas...
Continua... 

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