Com essa formação, o Terra no Asfalto alcançaria não só uma estabilidade, mas também uma linearidade musical. Se por um lado perdíamos a explosão Rocker do Fernando "Mu", e a espontaneidade do Geraldo "Gereba", com o Aru Junior, aparamos arestas e tornamo-nos uma banda toda correta, quase como se fosse uma orquestra, a seguir partituras e com um maestro no comando.
O lado bom disso, foi a tranquilidade. Tocávamos seguros, sem espaço para sustos. E como já disse anteriormente, com essa formação, privilegiou-se a atenção aos vocais.
Paulo Eugênio Lima, Wilson Canalonga Junior e Aru Junior, esmeraram-se nos ensaios vocais e belas harmonias foram firmadas. No repertório centrado no Soft-Rock, isso fazia a diferença, pois com os três a cantar bem afinados, e a estabelecer uma tríade harmônica, deram um verniz à banda. Outra característica dessa nova formação, foi a inclusão de temas progressivos. Com a entrada do Aru Junior, incluímos o som de bandas oriundas da escola do Rock Progressivo britânico, tais como : Yes, Genesis; Supertramp e Gentle Giant no repertório, por incrível que pareça.
Preparadas essas músicas todas, marcamos alguns ensaios com o novo baterista, Edson "Kiko", em sua residência, localizada no bairro do Pacaembu, zona oeste de São Paulo. Lembro-me que ele morava em um imponente casarão, na Rua Bahia, bem próximo do estádio do Pacaembu, região nobre da zona oeste. Ensaiávamos em um quarto isolado e bem amplo, em uma edícula da casa. Não havia nenhum tratamento acústico ali, mas a casa tinha um terreno tão grande, que o som que produzíamos não causava grandes transtornos à vizinhança. E além do mais, nossa rotina de ensaios estabeleceu-se no período da tarde, até o início da noite, no máximo. Portanto, nunca tivemos problemas com eventuais reclamações. Lembro-me de termos feito uma semana intensiva com ensaios, que realmente preparou a banda.
O
Paulo Eugênio, em meio aos seus contatos, fechou uma data em um bar que
havíamos tocado anteriormente com o próprio, Terra no Asfalto, com uma formação bastante improvisada, em uma fase de
entressafra da banda (já relatado na narrativa). Agora, havia passado por reforma e mudado de nome,
de "Le Café", para "Barbarô". Marcada a data, sabíamos que seria no dia 12 de dezembro de 1980.
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