domingo, 18 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos avulsos (Tributo à Janis Joplin - Laert Sarrumor & Amigos) - Capítulo 70 - Por Luiz Domingues

Passou muitos anos em que fiquei sem atividades avulsas. Firme com o Pitbulls on Crack, desde o início de 1992, meu último trabalho avulso fora uma apresentação da banda tributo ao Black Sabbath, "Electric Funeral", em julho de 1992, no Aeroanta em São Paulo. Então, logo no início de 1996, recebi o telefonema do Laert Sarrumor, para convidar-me a participar de um show tributo à Janis Joplin, que ele estava a organizar, e que seria realizado no mesmo Aeroanta, citado acima.

Com o Pitbulls on Crack em ritmo de gravações do primeiro CD, e poucos shows em vista, aceitei pela diversão, e oportunidade para rever amigos, principalmente o Laert que eu via pouco, e cuja última vez que estivemos em um palco juntos, fora em julho de 1984, quando despedi-me do Língua de Trapo, pela última vez, ao encerrar a minha participação, em minha segunda e derradeira passagem pela banda. Então combinamos um encontro, onde ele deu-me a lista do repertório que pretendia tocar.
Fiquei surpreso, pois haviam diversas canções, incluso o blues "Amor à Vista", pérola do repertório do Língua de Trapo, por ocasião de minha segunda passagem pela banda entre 1983 e 1984.
Entretanto, só havia uma canção da Janis Joplin inclusa nesse set list (pasmem !), e tratar-se-ia de um tema instrumental ! A grande jogada irônica desse tributo, seria que homenagearíamos Janis Joplin, a tocar um repertório a conter Blues autorais e só uma música seria do repertório dela, e esta, instrumental ! 
Tratava-se da canção : "Buried Alive In Blues", que está no LP "Pearl". Essa canção ficara sem vocal, pois a Janis Joplin faleceu antes de gravar sua voz, e o produtor bancou a colocação do tema, como uma homenagem à banda, e assim ficou inserida no LP "Pearl". Porém, nesse tributo, tornou-se uma ironia incrível tocar só esse tema do repertório dela, justamente uma canção instrumental, em meio à uma artista que notabilizara-se pela voz. Marcamos só um ensaio, super improvisado em minha residência, só para tirar-se dúvidas de harmonia e mapa das músicas. Foi super corrido, e em um dia de semana à noite, na minha sala de aulas.

A banda seria composta por Laert Sarrumor no vocal; Gilberto "Giba San", na guitarra; e Zé Miletto nos teclados, além da minha presença no baixo, e o baterista Nahame Casseb, popular Naminha, outro velho companheiro do Língua de Trapo, em minha passagem entre1983 e 1984, que eu não via há anos. 
Mas o Naminha não foi ensaiar, pois ainda não havia chegado de viagem. Ele morava em Tóquio há muitos anos, e estava a chegar ao Brasil, para visitar parentes e amigos, indo direto para o show, por saber das músicas, só por tê-las ouvido no Japão. Foi um ensaio divertido, com o prazer de estar com o Laert novamente, após tantos anos. O Zé Miletto também foi gentil, embora eu não tivesse intimidade alguma com ele, e o Giba "San" eu conhecia vagamente, pois era um músico bem conhecido no mundo das bandas cover, da noite paulistana.

Trata-se de um excelente guitarrista, muito requisitado como side man de vários artistas, e com participações em bandas cover. Dessa forma, com um ensaio apenas, fomos para o show, que prometia ser bastante divertido.
Continua...

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