Uma etapa muito diferente na minha trajetória, iniciou-se no segundo semestre de 1987. Sendo assim, minha atividade como professor, aconteceu paralelamente ao fim das minhas atividades com "A Chave do Sol"; atravessou o limbo em que fiquei entre 1989 e 1991; passou pelo "Pitbulls on Crack" (onde teve seu apogeu com a formação de meu exército de alunos "Neo-Hippies"); viu a formação do "Sidharta", e encerrou-se, logo que eu ingressei na "Patrulha do Espaço". Em resumo, ministrei aulas de julho de 1987, a abril de 1999.
Com 12 anos de aulas, acumulei muitas histórias, e procurarei lembrar delas, neste capítulo. Comecei por necessidade,
pois "A Chave do Sol" estava sob um período muito difícil na metade de 1987, e
nessa perspectiva sombria, precisei criar uma fonte de renda
alternativa.
No início, comecei a ministrar aulas no velho escritório onde funcionou
por anos o fã-clube d'A Chave do Sol, na Rua dos Pinheiros, no bairro de mesmo
nome, na zona oeste de São Paulo.
Mas isso durou pouco, pois o espaço estava compartilhado gentilmente
peço seu proprietário, Zé Luiz Dinola, onde ele também ministrava suas aulas de bateria, mas
por ser pequeno em espaço físico, não comportava outra agenda, no caso, a minha. Fiquei ali por um mês, apenas, e minha primeira aula foi para um rapaz
chamado, Zé Roberto, que demonstrava ter um nível avançado, e eu não tinha muito
o que ensinar-lhe, portanto. Esse rapaz ficou nas minhas aulas por dois meses aproximadamente,
apenas. Tive que buscar outro espaço, e daí, o mais lógico foi ter aceito o
convite do vocalista d'A Chave do Sol, Beto Cruz, que também estava por iniciar
atividade como professor, ao ministrar aulas de guitarra e vocalização, para
eu poder também ministrar as minhas aulas de baixo em sua residência, visto que os ensaios da
banda também haviam sido transferidos para tal local, e meu amplificador ficava
ali alojado. Ele morava no bairro Jardim Bonfiglioli, na zona
sudoeste de São Paulo. Para quem não conhece São Paulo, eu situo o bairro
como vizinho do bairro do Butantã, perto do Instituto do mesmo
nome, e do campus principal da USP, a Universidade de São Paulo. Era conveniente assim, pois todo o equipamento da banda estava lá, visto que estávamos a ensaiar ali, desde o início de 1987.
Como
eu não tinha nenhuma formação teórica mais avantajada, além do mínimo
necessário, passei a desenvolver um método próprio, baseado em minha
formação de Rock das décadas de 19 60 e 1970. Meu método, forjado de uma forma natural, foi 90 % baseado no desenvolvimento da percepção do
aluno, e com duas características que são minhas, naturalmente: a paciência, e o incentivo a cada progresso, por mínimo que fosse. Talvez
por isso, mesmo por ser um professor despreparado, teoricamente, eu acabei
por apresentar tal longevidade como educador informal, pois sempre respeitei o
limite de cada um, sem cobranças ou constrangimentos, como muitos
professores costumam exercer em sua didática, mais baseada em desafios.
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