domingo, 4 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 33 - Por Luiz Domingues

E fomos então à apresentação dessa nova formação e fase do Terra no Asfalto. O bar, "Barbarô", havia passado por uma boa reforma e mudado de nome (era Le Café, anteriormente, como já mencionei). No dia da apresentação, a casa lotou. Claro, havia diversos convidados, amigos e parentes dos membros da banda, mas também um público convidado pelas donas do estabelecimento. Era na verdade um casal de lésbicas, coisa muito comum hoje em dia, mas em 1980, ainda causava estranheza e certos desconfortos para pessoas preconceituosas. Tanto foi assim, que nossos convidados, principalmente as meninas, contaram-nos que passaram por assédio no toillete do bar, ao ser assediadas por lésbicas, visto que o bar estava com um contingente grande de mulheres nessas características, provavelmente as amigas das donas do bar. Fora esse ligeiro desconforto, fomos bem tratados pela dona majoritária, chamada, "Paulette", e sua namorada. E a banda agradou em cheio. Como já havia comentado, nessa nova fase, perdemos um pouco a fúria Rocker dos tempos do Fernando "Mu", mas ganhamos em segurança, agora com o Aru Júnior, como lead guitar.
A primeira entrada iniciava-se com Soft Rock. A primeira música foi e continuou sempre a ser nas futuras apresentações : "Love Comes to Everyone", do então último LP de George Harrison. Uma balada leve e que fazia a banda flutuar, sob um início bem "soft" e sem agredir o público dos bares, geralmente formado por casais de namorados (nesse caso do Barbarô, namoradas...). A entrada seguia com mais Harrison, Paul e Lennon em baladas de suas carreiras solo, a acrescentar-se várias do James Taylor e Cat Stevens.

Só na parte final começava a esquentar com uma boa sessão de canções dos Beatles. Os vocais harmônicos e afinados do Paulo Eugênio, Wilson e Aru Jr., caiam muito bem em todas as canções. Em "Nowhere Man", dos Beatles, arrancavam suspiros das mesas, geralmente. Na segunda entrada, uma sessão com MPB, sob forte poder dançante, a cair sempre bem. E na parte final, Rocks mais vigorosos. Hora para tocarmos o material do Cream; Led Zeppelin, Grand Funk etc. E ao final, a depender do clima, mais peso ou não.
Continua...

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