segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Essex - Produção de Estúdio) - Capítulo 72 - Por Luiz Domingues



Em 1996, eu recebi de meu aluno, Ricardo Schevano, um convite irrecusável : ele queria que eu produzisse em estúdio, o som de sua banda, chamada : "Essex". O som do Essex não era inteiramente do meu agrado, pois tratava-se praticamente de um Heavy-Metal.

Mas, eu gostava de todos os membros da banda, que eram agregados de minhas aulas, e por afeiçoar-me a eles, torcia pelo seu desenvolvimento, e tinha vontade em ajudá-los. A banda era formada pelo Ricardo Schevano no baixo; Marcello Schevano, seu irmão, na guitarra solo; Tony Peres (irmão de Alexandre Peres Rodrigues, meu aluno, e hoje líder do Klatu), na guitarra base e voz; e Marcelo Burani, sobrinho do baterista, Diógenes Burani, ex-Moto Perpétuo, na bateria. Todos frequentavam as minhas aulas, constantemente.

Éramos parceiros de futebol, e companheiros em idas à lojas de discos e shows de Rock, há muito tempo, portanto, ajudá-los nessa gravação, seria um prazer. E assim, no início de 1997, agendaram sessões de gravação no estúdio Spectrum, localizado no bairro do Ipiranga, zona sudoeste de São Paulo. Eu conhecia bem o Spectrum, pois fora lá que o Pitbulls on Crack gravara o CD "Lift Off", de 1996. Portanto, conhecia os técnicos e o equipamento. Infelizmente, a mentalidade do estúdio era pela interferência na produção de seus clientes, o que gerava atritos, naturalmente.
O Edifício Essex, onde os irmãos Schevano, e Marcelo Burani moravam, e daí, a razão pelo nome da banda                      


Isso desgastava, claro, mas no momento decisivo, havia uma margem de negociação. Não deveria haver nada disso, no entanto, pois acho bastante invasivo interferir no som de um cliente. Se fosse eu, e tivesse uma sugestão muito boa, ainda sim, pediria licença e deixaria o artista e seu produtor livre para acatar ou não. Mas no caso daquelas pessoas, a mentalidade forjara-se a interferir no produto alheio, sob a alegação em de manter um padrão de qualidade linear para tudo o que saísse de lá. Mas como esses rapazes gostavam de Pop oitentista, queriam timbrar todo mundo a la "Simple Minds"; "Oingo Boingo"; "Men at Work"; "Inxs", e outros artistas dessa estirpe. Todavia, uma tremenda atitude invasiva dessas tinha o seu lado conveniente : os preços cobrados eram muito bons, bem abaixo do padrão de estúdios daquele nível mediano, e assim, artistas sem recursos submetiam-se a tal estado de interferência invasiva e desagradável. O Pitbulls sofreu bastante nesse sentido, mas isso é assunto para aquele capítulo específico de tal banda. Aqui, o assunto neste momento é a minha participação como produtor da demo-tape do Essex.
Nessa época, os irmãos Schevano usaram o sobrenome materno, Rangel, como nome artístico, mas logo adotaram o Schevano, paterno, de uma forma definitiva.


Continua... 

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