sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Aura - Produção de Estúdio) - Capítulo 65 - Por Luiz Domingues

Então, entre os dias 16 e 20 de julho de 1990, estive com os componentes do Aura, diariamente no estúdio "Phonovox", situado no elegante bairro Jardim, da cidade de Santo André. Esse estúdio ficava na rua paralela de onde localizava-se outro estúdio muito mais categorizado na época, chamado "Camerati". Coincidência pura, dez anos depois, eu estaria no Camerati, para gravar o álbum, "Chronophagia", da Patrulha do Espaço.
O ótimo tecladista, Mauro Cannalonga, em foto bem mais atual.

O Phonovox trabalhava em oito canais, e era um bom estúdio para bandas iniciantes e descapitalizadas poder gravar fitas Demo com qualidade razoável. O técnico e proprietário, chamava-se, Zé Renato, e era bastante competente e objetivo, conhecia bem o seu equipamento e sala de gravação, a saber extrair o máximo da qualidade possível com os recursos dos quais dispunha. O Aura estava bem ensaiado, e os rapazes super motivados, portanto, foi um prazer acompanhar as gravações e poder dar a minha colaboração, mesmo que eu não fosse certamente um "expert", com conhecimentos sobre áudio o suficiente para ser conclamado como um "produtor", propriamente dito.
E levei um amigo para acompanhar, e ser uma espécie de assistente de produção. Meu amigo José Fazano, esteve comigo todos os dias no Phonovox. Ele tinha muito menos experiência do que eu, mas como gostava muito do som do Aura, pois conhecia o Marcelinho Carioca ao frequentar as minhas aulas como um ouvinte, conhecia o Êxito" e sua metamorfose em "Aura". O Zé Fasano acabou sendo útil, com opiniões boas durante o processo. A gravação foi no ritmo típico de uma demo-tape, com a base ao ser gravada ao vivo, sem muitas tomadas. A sorte, foi que os rapazes foram competentes e sérios, portanto estavam muito bem ensaiados e cônscios de que não poderiam desperdiçar tempo nesse processo. Ao tocar com muita atenção, foram objetivos, e terminaram rápido as bases.

          O exímio baterista, Fernando Loia, em foto bem mais atual

O mesmo processo repetiu-se nas sessões dos overdubs dos solos de guitarra e teclados, e posteriormente com os vocais. A mixagem também foi tranquila, com o Zé Renato por ser muito solícito em atender os meus pedidos para equalizar e timbrar. Os rapazes saíram satisfeitos com o produto final, e para uma demo-tape, com pouca condição financeira, o resultado ficou bom. E com essa Demo-Tape, conseguiram abrir as portas que esperavam, e no ano seguinte, já estavam a seguir o caminho para gravar um LP, desta feita ao mudar o nome da banda para "Via Lumini", como culminaram em ficar mais conhecidos, entre o público progger.
Continua... 

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