sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 2 - Por Luiz Domingues

Com o tempo, criei exercícios, e uma sequência de músicas que aumentava o grau de dificuldade, à medida que os garotos avançavam. Além das lições de música, tornei-me também, conselheiro; psicólogo prático; conselheiro matrimonial; amigo, e em alguns casos, amigo de alguns pais.

No início, nesse período entre 1987 e 1990, principalmente, 99 % dos alunos tinham orientação em termos de Heavy Metal ou Hard Rock oitentista.
Só a partir de 1992, foi aparecer uma nova safra, com garotos muito interessados em Rock 1960 / 1970, principalmente, e claro que foi um alívio em meu caso, pois essa é a minha predileção natural. Ministrei aulas na base da intuição, mesmo por que, cada garoto era um caso diferente, pois nem todos estavam na estaca zero do aprendizado.

Logo de início, aprendi que na primeira aula precisava avaliar o aluno, para ver em que estágio ele encontrava-se. Isso tornou-se uma praxe que usei por doze anos. Os primeiros que apareceram em 1987, mostravam-se mais experientes, não eram novos no aprendizado. Então, já parti de uma etapa mais avançada. 

E antes de prosseguir, preciso recuar um pouco no tempo para dizer como anunciei pela primeira vez que ministraria aulas. Foi através de uma matéria na revista, "Metal" (edição n° 37, de 1987), onde o jornalista, Sérgio Martorelli, publicou as últimas notícias sobre a nossa banda, onde disse que eu (Luiz Domingues); Beto, e Zé Luiz Dinola, estávamos a ministrar aulas.
Como maneira prosaica para estabelecer-se contato, saiu publicada a caixa postal da banda. Dessa forma arcaica, ficávamos a esperar pelas cartas de interessados, e só aí ligávamos para eles. Se fosse hoje em dia, com internet disponível e baseado na fama que a banda tinha, arrumaríamos dúzias de alunos, mesmo por que, mesmo assim, na base do contato paleolítico que tínhamos, muitos surgiram, interessados nos três "professores". Daí o fato de filtrarmos primeiro os interessados, antes de marcar aula, e fornecer-lhes o endereço. Muita gente só queria conhecer-nos, pedir discos etc.
Agora, como triagem, não havia requintes maiores. Líamos as cartas dos interessados e os que demonstravam realmente interesse em aulas, eram contactados por telefone, ou mesmo por resposta via carta. Tempos paleozoicos...

 Continua...

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