quinta-feira, 3 de abril de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 105 - Por Luiz Domingues


Marcamos com os melhores candidatos a vocalista (da prévia que fizéramos em nosso ensaio), uma audição decisiva, ao vivo, visto que tínhamos um show marcado para junho, a ser cumprido em um bar localizado no bairro do Bexiga. Na verdade tivemos outra perspectiva antes disso (o show na Faap, descrito anteriormente), mas esse show por ser em um bar pequeno, seria mais conveniente para tal propósito (e convenhamos, através de um show do porte da Faap, não haveria espaço para tal predisposição prosaica). 
Esboço (raf) de um logotipo não aprovado para a capa do disco, de autoria de Elizabeth Dinola, em 1983

E a seguir em frente, finalmente tivemos a capa encaminhada à gráfica, e o disco a ser prensado. Com isso, mantivemos a preocupação em preparar um show de lançamento, mas a minha vida paralela com o Língua de Trapo, nesse primeiro semestre de 1984, complicara demais a agenda d'A Chave do Sol. A despeito de gostar do Língua de Trapo por vários motivos (por ter sido membro da formação original; gostar do teor artístico; ser amigo do Laert desde os primórdios de nossas respectivas carreiras iniciadas no Boca do Céu; ter feito boas amizades com os demais membros, e por estar dar-me a oportunidade para ganhar muito dinheiro), meu propósito foi voltar a ser membro exclusivamente d'A Chave do Sol, pois sempre foi o meu objetivo maior, estar em uma banda de Rock. E também pela afinidade com os companheiros, e o fato de estar a atrapalhar os planos de minha própria banda. Além da questão do disco estar para sair, e a necessidade de fazermos um show de lançamento, ser premente, um outro fato foi que inegavelmente eu arrumara inúmeros contatos para A Chave do Sol, através do Língua de Trapo.

Com a permissão dos companheiros do Língua de Trapo, apesar de não gostar exatamente disso (em uma fase em administrar melindres que passei, e convenhamos, não fora exatamente uma atitude a ser aplaudida por eles), eu tinha sempre um material d'A Chave do Sol no estojo (case) do meu instrumento, quando ia a programas de TV ou rádio. E dessa forma, muitas coisas que A Chave do Sol conseguiu depois que eu saí do Língua de Trapo, certamente foram arrumadas através dessas ações. 

A rede de boatos avolumara-se no aproximar da metade do ano de 1984. A aproximação com o pessoal do Hard-Rock oitentista pareceu inexorável naquele instante, e um dos primeiros frutos nessa tentativa de adequação ao mercado, foi termos concluído uma música nova com esse teor, chamada : "Anjo Rebelde". Tal música merece um capítulo a parte, por conta de sua letra, elaborada por um personagem que havia aproximado-se de nós ao final de 1983, e que tornou-se importante nos anos seguintes como colaborador ativo nos shows. Tratou-se de Edgard Puccinelli Filho, que descrevi no capítulo anterior.

Continua...

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