quinta-feira, 24 de abril de 2014

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 23 - Por Luiz Domingues



Na sessão de gravação da bateria, eu havia estabelecido uma relação amistosa com o produtor, Carlos Eduardo Miranda. Apesar dele ser todo aficionado de som indie, mantinha algum apreço pelo Rock Vintage, e chegamos a conversar animadamente sobre o "Gong", banda que gostávamos, em comum. Mas na hora da gravação, ele, em um dado momento, cismou em pegar no meu pé, ao achar que o trastejamento do Rickenbacker fora causado por falha minha, de digitação.


 

Sua reclamação não procedia, pois o som de trastejamento que ouvia na técnica, não decorria de uma suposta falta de técnica de minha parte, mas por ser característica normal desse instrumento. Por desconhecer isso e sobretudo por não ouvir a minha explicação, interrompia-me a todo instante para cobrar-me maior precisão e não foi o caso. Insatisfeito, deixou-me a gravar sozinho e foi tomar um café, quando o técnico que era também baixista, falou-me que eu estava certo e apoiou-me nas minhas ponderações.


O tal produtor era / é muito bem relacionado no mundo fonográfico; mídia e entre empresários. Justiça seja feita, era / é um competente lobbysta, e geralmente estava envolvido com a produção musical indie, a indicar aspirantes a artistas, e a produzir em estúdio. E normalmente o que indicava fazia sucesso, embora fosse tecnicamente, sofrível, esse é um fato corroborado pelo sinal dos tempos. No trato pessoal, o Miranda mostrava-se agradável, não era arrogante. Só nesse instante, é que cismou comigo. Mas também teria problemas com os demais. Eu não teria problema algum em ter seguido a sua orientação como produtor, se ele estivesse certo, mas não estava...
Continua...

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