quinta-feira, 24 de abril de 2014

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 22 - Por Luiz Domingues

Nesse hiato em termos de shows, após a apresentação no Garage Rock Festival, entramos no estúdio para gravarmos as duas músicas da coletânea da Eldorado, em julho de 1993. As gravações ocorreram no estúdio Be Bop, que ficava localizado na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. A metodologia de gravação seguiria o método tradicional, com bateria gravada primeiro; seguido do baixo; guitarras, e vocal ao final.

O estúdio Bep Bop era bem badalado na época, e frequentado por artistas renomados. Não saberia dizer o valor cobrado, mas certamente a gravadora Eldorado gastou uma boa quantia ali, pois cada banda da coletânea gravou bem a vontade, sem atropelos.
O estúdio continha duas salas de gravação, A e B. As bandas da coletânea gravaram no B, que era amplo, super equipado, e do qual não tenho queixa alguma, mas o estúdio A, era cinematográfico...
No A, tinha por exemplo um órgão Hammond B3, igual ao do Jon Lord (Deep Purple), e com uma caixa Leslie toda pintada com motivações sessentistas psicodélicas, lindíssima.

Começamos a gravar e na primeira sessão, levantaram o som da bateria. Lembro-me do Juan Pastor a usar uma bateria Pearl, de cor cherry, disponibilizada pelo estúdio. E como eram só duas músicas, logo após equalizarem as peças, ele pôde gravar no mesmo dia, sem maiores dificuldades, visto que estávamos bem ensaiados, e essas duas musicas faziam parte do set list dos shows, desde o início da banda, em 1992. No dia seguinte, foi a minha vez, para gravar o baixo. Usei o baixo Rickenbacker nas duas músicas, plugado em um amplificador Gallien Krueger, e acoplado a duas caixas Hartke.

Particularmente, acho essas caixas pavorosas, mas era a moda da época, e eu não tinha ainda as minhas caixas Ampeg. Eu tinha uma caixa Snake de 4 x 15', e uma outra "Handmade" com um falante de 15', portanto, um equipamento ruim para gravar. E foi usada também uma linha direto na mesa, para eventualmente somar-se ao som do canal do amplificador. Apesar de ter construído um clima amistoso com o produtor do disco, no decorrer da minha gravação, houve um momento de tensão...
Continua...

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