quinta-feira, 3 de abril de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 103 - Por Luiz Domingues

Em uma rara oportunidade surgida na agenda, nesse primeiro semestre, onde todos os espaços foram praticamente ocupados pela agenda do Língua de Trapo, eu consegui uma brecha, e pudemos marcar um show para A Chave do Sol, finalmente. Foi um convite da FAAP, a Faculdade Armando Álvares Penteado, super bem localizada no bairro do Pacaembu, e frequentada por alunos, invariavelmente oriundos das classes sociais mais abastadas de São Paulo.

Infelizmente, contudo, não seria realizado no seu bonito teatro, que aliás é um dos melhores do circuito teatral paulistano, mas sim na famosa escadaria central do Hall de entrada, sob seus lindos vitrais (que são famosos, já tendo sido usados como cenário para filmes; novelas e comerciais).


Foi realizado no final de maio, com a temperatura típica de outono, e tratou-se de um projeto cultural com diversas atrações que transcorreriam durante uma semana marcada por palestras sobre Comunicação, e onde A Chave do Sol foi a atração daquele dia.
 

Lembro-me que os outros shows seriam realizados por artistas tais como : "Laura Finocchiaro", "Nós nas Tranças", e Freelarmônica, em dias diferentes. O convite surgiu por termos despertado a atenção através de nossas aparições no programa : "A Fábrica do Som", da TV Cultura.

Foi a rigor, o primeiro show que conseguimos arregimentar graças ao apoio midiático, ao menos de forma espontânea.  O público não empolgou-se com o nosso som, o que foi esperado em meio àquele universo de alunos formado pela jovem burguesia paulistana, mas não foi um fiasco total, com repercussão pontual da parte de  poucos que interessaram-se em nosso som, cheio de firulas instrumentais, e nada Pop.

Uma particularidade desse show, foi que por não ser um palco adequado, tinha o piso muito liso, no uso do mármore. Foi difícil portanto tocar e imprimir um mise-en-scené minimamente condizente com a nossa performance habitual, sem ter o receio de escorregar e passar vergonha.

No cômputo geral, foi uma boa apresentação, que ocorreu no dia 28 de maio de 1984, e sob os olhares de mais ou menos trezentas pessoas que estavam naquele saguão.


Continua... 

   

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