Eu (Luiz Domingues), e o poeta, Julio Revoredo, em foto de julho de 1984. Detalhe : Ele estava a usar uma camiseta com o primeiro logotipo d'A Chave do Sol. Acervo do próprio poeta.
Conhecemos o poeta, Julio Revoredo, no dia da primeira apresentação oficial da banda, 25 de setembro de 1982. Ele apareceu no Café Teatro Deixa Falar, conduzido por uma amigo em comum, meu e dele, chamado, Wagner.
Wagner "Sabbath", o rapaz que apresentou-nos o poeta, Julio Revoredo. Acervo do poeta, Julio Revoredo.
Mas o curioso, foi que o Julio já tinha assistido-me tocar ao vivo, no ano de 1981, pois o Wagner era um admirador da minha banda que atuava pela noite paulistana a tocar covers, com a qual atuei entre 1979 e 1982, chamada : "Terra no Asfalto" (cuja história completa já está disponível neste Blog, com sessenta e oito capítulos).
Outra foto do poeta, Julio Revoredo e eu, Luiz Domingues, com ele a exibir a capa de nosso compacto, lançado em 1984
Mas só conhecemo-nos efetivamente, a partir da formação d'A Chave do Sol, quando tomei conhecimento de seu talento literário, e tornei-me um admirador de sua obra. Portanto, em 1983, a nossa ligação com o poeta, Julio Revoredo, já estava muito sólida e a nossa parceria consolidou-se, enfim.
Então, desde 1982, eu também já tinha tomado contato com a sua
produção poética, e profundamente impressionado pela profusão e erudição
de seus poemas, conversei com o Rubens e José Luiz, sobre aproveitar essa oportunidade extraordinária em termos um amigo poeta e
entusiasta da nossa música, como um colaborador artístico, em parcerias efetivas. O Julio não é só um poeta brilhante, mas
também expert em cinema; música em geral, e Rock em específico, daí a
nossa amizade ter solidificado-se de forma quase instantânea. Com muito
conhecimento também sobre Artes Plásticas; Literatura e Teatro, ajudou-nos muito em
diversas ocasiões, principalmente nos shows performáticos que faríamos
em 1984 e 1985, ao mesclarmos elementos cênicos avant-garde, nos respectivos
shows de lançamento do compacto, e do EP posterior (contarei tudo no
momento oportuno e tem muitas histórias sobre os dois !).
Fanático pelo Cream (famosa banda britânica dos anos sessenta),
brincávamos que ele seria o "Pete Brown" do Brooklin (Pete Brown foi um
poeta que escreveu muitas letras para as músicas do Cream, e o Brooklin,
é um bairro da zona sul paulistana, onde o Julio mora até hoje). Contentes
com essa perspectiva, nós três e o Julio, começamos a trabalhar, ao musicarmos
um poema dele, chamado : "Vestido Branco".
Aliás, esse poema fugiu um
pouco às características normais de sua produção, pois foi feito por
encomenda, pois normalmente ele fornecia-nos manuscritos de sua produção para
musicarmos. Ponderamos que a produção era complexa, com erudição
linguística e até com o uso de expressões em latim, sendo assim, pedimos
algo mais coloquial pois estávamos com uma música nova a ser composta e
ela seria algo mais Pop do que os habituais números instrumentais que
vínhamos a preparar, com enfoque nas complexidades inerentes da escola do Jazz-Rock. Dessa forma,
ele apresentou-nos a letra de : "Vestido Branco". Não foi muito difícil
musica-la, ao encaixar-se muito bem naquela canção com forte apelo
Soul Music. Lembrava bastante o som do Vanilla Fudge, cheio de swing proveniente do baixo e
da bateria.
Infelizmente, nunca a gravamos e por circunstâncias alheias à
nossa vontade, nunca a tocamos ao vivo.
O poeta, Julio Revoredo, em foto de 1985, a usar uma camiseta d'A Chave do Sol com o logotipo do primeiro álbum, e a exibir a capa do segundo álbum da banda, o EP lançado nesse mesmo ano. Acervo : Julio Revoredo.
Recentemente achei uma fita K7 a conter
ensaios dessa época e verifiquei mediante decupagem, que só existem
pequenos trechos, onde acertávamos detalhes de introdução, levadas
de bateria etc. Achei um pouco apenas da banda a tocar, mas de uma forma
truncada e mesmo assim, com qualidade sonora sofrível, o que
inviabiliza a esperança em montar um promo e lançar no You Tube. Salvo
falha de minha memória, "Vestido Branco" foi a primeira parceria
entre A Chave do Sol e Julio Revoredo, que foi prolífica, doravante. A seguir, outro parênteses, desta feita para sobre a histórica caixa postal 19090 -SP...
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
terça-feira, 11 de março de 2014
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 83 - Por Luiz Domingues
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