domingo, 2 de março de 2014

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 6 - Por Luiz Domingues


Sabia que o Rapolli estava há anos mergulhado nessa dinâmica de tocar em bandas cover pela noite paulistana, e que isso vicia muito mal o músico, contudo, eu não tinha a dimensão da permissividade com a qual isso já havia comprometido a sua descrença no trabalho autoral. Sem essa informação concreta em mãos, fui atrás de um contato, e descobri a loja de instrumentos em que ele estava a trabalhar. Liguei para ele, que mostrou-se muito receptivo, e disse-lhe que estava a formar uma nova banda com essas características em torno da estética retrô, e que gostaria de conversar com ele pessoalmente, e explicar-lhe melhor os planos e apresentar-lhe os outros membros já recrutados : Deca e Rodrigo Hid. 

O Rapolli e a sua banda, Pink Floyd cover. Ele é o segundo da esquerda para a direita

Marcamos tal encontro para o sábado subsequente, e assim que cheguei no horário combinado, entrei na loja e ao saber que ele não estava ali no momento, recebi um recado por outro funcionário, de que ele atender-me-ia após o fechamento da loja. Disse-lhe que estaria ao lado, na loja de CD's do meu amigo, Sergio Takara, e que às 17:00 horas em ponto, eu voltaria. A faltando dez minutos para as cinco da tarde, eu voltei, e qual não foi a minha surpresa ao ser informado que ele já havia ido embora, e não deixou nenhuma justificativa, nenhum recado. E pelo pouco que eu conheci e convivi com ele, entre 1988 / 1989, fiquei chateado com essa atitude, pois no tempo em que trabalhamos, ele era extremamente correto e cordial. Claro que hoje em dia, eu penso que um o recado simplesmente não foi passado e ele nunca soube que eu o procurei ali naquele dia e talvez também tenha desapontado-se com o fato de que nunca mais o abordei para falar sobre tal projeto, novamente. Ou seja, um tremendo desencontro. Voltei à loja do Sergio Takara, e ao informar aos demais que o Rapolli havia tomado essa atitude estranha, os colegas relevaram. Partimos então para a segunda opção: um baterista chamado, Marquinhos Almada, que trabalhava no estúdio Spectrum, no bairro do Ipiranga, onde o Pitbulls on Crack ensaiara desde 1994. Marquinhos ofereceu os seus serviços, ao saber de nossa intenção, já que ouvira conversas nossas no estúdio, em torno da vontade em criar uma nova banda. Marcamos então uma conversa com ele, em sua residência, localizada no bairro do Ipiranga. Lembro-me que era feriado de Nossa Senhora de Aparecida / Dia das crianças, 12 de outubro de 1997.

Continua... 

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