domingo, 7 de setembro de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 33 - Por Luiz Domingues

A posar com Paulo Zinner, produtor do álbum Chronophagia, na técnica do Estúdio Camerati, de Santo André / SP, em janeiro de 2000

Então, ao deixarmos tudo arrumado na véspera, iniciamos os trabalhos efetivamente no dia 26 de janeiro de 2000. Tradicionalmente, iniciamos por levantar o som da bateria, após o término da fase de microfonação.

Apesar de estar decadente, o Camerati não apresentava falhas técnicas, e estava tudo a funcionar perfeitamente, ainda bem. 

O Júnior montou a sua bateria, Pearl, na parte mais ampla, com bastante possibilidade para obter um reverber natural muito intenso, a la John Bonhan, audível nos discos do Led Zeppelin. O set de baixo foi montado em uma casa fechada, porém envidraçada. Ali, eu pude tocar com um volume muito alto, mas a questão da timbragem, foi muito prejudicada na gravação desse disco, por um problema grave, cujo teor, relatarei logo mais.

Aliás, sobre o som do baixo, especificamente, esse álbum deveria ter tido as melhores condições para ficar incrível, com essa ambientação, mas não finalizou-se como deveria, infelizmente e isso eu explico depois. O set de teclados ficou alojado em uma lateral do amplo salão, escorado por biombos. Colocamos o Hammond em uma parede, e o piano acústico, na outra.

Aliás, esse piano estava com teclas quebradas, e completamente desafinado, naturalmente, mas alguns dias antes de gravarmos, o Marcello bancou os reparos, quando um senhor idoso, afinador, trocou teclas; cordas arrebentadas, e afinou perfeitamente o piano. E o som dele no disco, soou bem respeitável. Finalmente, o set de guitarras foi montado na parte traseira do salão, onde municiado também com biombos, os dois, Hid & Schevano, puderam gravar através de um volume ensurdecedor, para esquentar as válvulas dos amplificadores ao máximo, e aproveitar a sua respectiva saturação. 

O objetivo primordial, foi ganhar tempo, e gravar pelo menos três, dos quatro instrumentos básicos. A ideia foi para que gravássemos somente as bases, e assim deixar os solos para outras sessões especificas. Dessa forma, bateria; baixo, e pelo menos um dos instrumentos harmônicos, estava sempre a gravar para valer, nessas sessões iniciais. Particularmente, eu não gosto de gravar assim, por preferir o método tradicional de um por vez, mas gravar ao vivo com a banda toda, tem os seus encantos também, pelos fatores da emoção; empolgação; fúria Rocker espontânea etc. Tudo isso foi amplamente fotografado e filmado.

Continua... 

2 comentários:

  1. Mais uma Bela historia dessa grande de Rockroll de Sampa , a nossa queirda Patrulha do Espaço.Kindo detalhes contados por um grande Musico no Baixo ,Luiz Domingues que teve a grata e Honrosa Alegria de fazer parte dessa grande Aeronave PATRULHA DO ESPAÇO, hoje comandada pelo Comandante Rolando Castelo JUNIOR .Muito otimo os grandes detalhes , a gente como fã da Banda e de voce só tem que agradecer mesmo.

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    1. Muito obrigado, Oscar !

      Fico muito contente que esteja acompanhando os capítulos da minha autobio e em específico, este pedaço importante da minha carreira, que certamente tem muita história acumulada para ser revelada. Estou só no começo...

      Conto com sua leitura atenciosa !

      Abraço !!

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