sábado, 9 de novembro de 2013

Autobiografia na Música - Língua de Trapo - Capítulo 127 - Por Luiz Domingues



O clima na Kombi que levou-nos para Jundiaí / SP, foi bom, mas não fora igual aos de tempos atrás. Houve uma chateação a pairar no ar, pelo fato de eu estar de saída e nessa altura, eu já sabia que haviam requisitado a presença do baixista, Mário Campos, para substituir-me. 

Além de ser um ótimo baixista, o Mário estava a estudar composição e regência e portanto, já mostrava-se como um músico com alto gabarito. Ele fora o baixista emergencial que cobrira a lacuna deixada pela saída do baixista, Luis Lucas, mas não teve interesse em efetivar-se, por isso, resolveram convidar-me para voltar à banda, em 1983. O show de Jundiaí, foi realizado em um salão rústico, de uma espécie de clube. Foi um show com energia, mas não houve uma estrutura adequada para um show como o do Língua de Trapo, pois faltava uma condição melhor aos camarins e coxia, quiçá a existência de uma cenografia mínima etc.
Lembro-me de que o camarim disponibilizado, ficara relativamente longe do palco e isso dificultava a dinâmica habitual do show, com as constantes troca de figurinos, principalmente por parte do Laert Sarrumor; Pituco Freitas, e Paulo Elias. A carona que foi arranjada pelo Jerome, fora através de um carro particular. Nem conhecia a pessoa em questão, mas foi providencial para dar certo a minha logística pessoal daquela noite. Para amenizar um pouco a minha situação embaraçosa nessa noite o Pituco Freitas, aproveitou a carona, para chegar mais cedo em casa, e assim tirou um pouco o ranço de que aquilo fosse uma forçação de barra, única e exclusivamente por minha causa. Jundiaí / SP, para quem não conhece o estado de São Paulo, fica distante apenas 50 Km da capital, São Paulo, portanto, trata-se de uma viagem com trinta ou quarenta minutos, apenas, mediante um automóvel. 

Por isso que desde o início, eu achava que daria tempo, visto que o show da Chave do Sol, seria à meia-noite. Aconteceu no dia 30 de junho de 1984, e cerca de quatrocentas pagantes estiveram presentes em Jundiaí / SP. O carro que trouxe-me de volta à São Paulo, deixou-me em uma rua do bairro de Pinheiros, por volta de 23:30 horas, e assim que chegou ao quarteirão, já avistei o carro do Rubens Gióia, que aguardava-me no local combinado. Despedi-me dos tripulantes gentis que trouxeram-me e do Pituco Freitas, que dali, pôs-se a caminhar para a sua casa, localizada naquele mesmo quarteirão. Dali em diante, a história sob o ponto de vista d'A Chave do Sol, está contada no capítulo dessa banda, e por aqui, só digo que os ânimos estiveram acirrados também por lá, e eu tive uma discussão com o Zé Luiz Dinola, minutos antes de fazermos o show, por conta da logística que o fizera esperar horas, pela minha presença, sem chance para fazermos o soundcheck, visto que cheguei em cima da hora. Bem, essas indisposições por conta de conflito de agendas de duas bandas, estavam com os dias contados, literalmente.
Continua...

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