A nossa primeira apresentação no Victoria Pub, ocorreu no dia 1°de fevereiro de 1983. Nesse primeiro show, fomos obrigados a tocar no palco menor, pois foi uma espécie de primeira observação da reação do público para a avaliação dos dirigentes da casa.
Dessa forma, tocamos logo após a apresentação de um
pianista, cantor e entertainer argentino, chamado: Luchin, que aliás era
muito bom, e tocava diversos standarts de Jazz, músicas de trilhas de
cinema etc.
Entretanto, o palco menor era pouco requisitado pelo público habitue da casa. Era mais adequado para um pianista como o Luchin, e as pessoas conversarem enquanto bebiam, com a música ambiente a ser usada como um mero "muzak".
Evidentemente que A Chave do Sol não tinha nada a ver naquele
espaço, ao se considerar a volúpia sonora que a nossa banda possuía. E já no segundo dia,
2 de fevereiro de 1983, fomos alojados enfim no palco principal. Com um PA peso
pesado ao nosso dispor para suprir a necessidade do ambiente, e boa iluminação, tinha o aspecto de um cabaré europeu, com o público
a assistir ao nível do artista ou em pequenos camarotes sob um mezanino. Lembrava bastante aquele teatro onde no filme, "Tommy", o Elton John
acompanhado do The Who, canta a canção: "Pinball Wizard", só que por uma proporção bem
menor.
Ali sim, no palco grande, a volúpia ocorria, com a pressão do som, iluminação muito boa e um público maciço. E foi nesse palco que de terça a quinta, o Tutti-Frutti revezava-se com o Fickle Pickle, e assim, A Chave do Sol foi alojada como abertura para ambos. Às sextas, sábados e domingos, aconteciam shows com artistas mainstream, conforme eu já mencionei anteriormente.
De volta a relatar sobre o dia anterior, foi quando eu conheci os meus amigos: Nelson Brito e Paulo Zinner. Eles tocavam no Fickle Pickle, uma banda que existia desde 1978, e que fora fundada pelos dois e Chris Skepis, que conheciam-se desde o final dos anos 1960, pois estudaram juntos no mesmo colégio, e moravam no mesmo bairro. No entanto, Skepis saiu da banda e assim cedeu a sua vaga ao guitarrista de blues, André Christovam.
Quando os conheci, no entanto, o guitarrista não era mais o André Christovam que atuava com a banda, mas sim, Raul Müller (com quem alguns anos depois, eu toquei em uma banda que
não prosperou, e só fez um show e essa história está contada no capítulo "Trabalhos Avulsos", sobre a "Pinha's Band"), e o vocalista, era o Catalau, que eu
conhecera anteriormente também, em 1980 (saiba como o conheci, ao ler os capítulos do Terra no Asfalto).
Continua...
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