quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 58 - Por Luiz Domingues


Foi assim a derradeira tentativa para prolongar a vida dessa banda : nesse período, o Paulo Eugênio relatou-me que queria reformular a banda. Sem Wilson Canalonga Jr.; Sérgio Henriques; Cido Trindade, e Aru Junior, ou seja quase todos os membros mais regulares, checou comigo, se eu ficaria. Por falta de perspectivas melhores, eu aceitei, é claro. O mesmo deu-se com o Geraldo "Gereba". Contudo, precisávamos de mais um guitarrista e um baterista. O Luis Bola, opção sempre lembrada nas emergências, não quis desta feita, ter mais envolvimento em um projeto desses. Então, sem perspectivas para termos um novo baterista, ao menos sob curto prazo, resolvemos empreender ensaios acústicos para renovar o repertório. Nesse ínterim, o Paulo Eugênio relatou-me que a Dona Sabine, a senhora que era proprietária do "Café Teatro Deixa Falar", indicara-lhe um jovem guitarrista que estava com vontade em formar uma banda. Ele era namorado de sua filha, tinha uma guitarra Fender Stratocaster, e segundo ela, detinha um nível técnico muito bom, e já teria inclusive, gravado um compacto com uma banda autoral, razoavelmente conhecida no métier do Rock Paulista, o "Santa Gang". 
Esta foto do Rubens Gióia, é de outubro de 1986, em um show d'A Chave do Sol

Então, marcamos um encontro no Café Teatro Deixa Falar, para uma noite em que não haveria apresentação por lá e assim fomos apresentados. Seu nome era : Rubens Gióia. De fato, eu lembrava-me dele, visualmente, por vê-lo a assistir-nos no Deixa Falar, em ocasiões próximas passadas. Fizemos uma pequena Jam Session, informalmente, e verificamos que ele era um guitarrista quentíssimo de Rock. Dessa maneira, marcamos ensaios acústicos para preparar um repertório, enquanto o Paulo Eugênio fazia contatos para arrumar um baterista. Seria a tentativa de estabelecer uma nova encarnação do Terra no Asfalto, com Paulo Eugênio; Geraldo "Gereba"; Rubens Gióia, e eu, Luiz Domingues, em princípio, até que arrumássemos um baterista para fechar o quinteto. Fizemos alguns encontros desses na residência do Rubens, um ou dois na casa em que o Gereba estava hospedado, mas rapidamente estabeleci amizade com o Rubens, e quando percebemos que tínhamos os mesmos ideais no Rock e não queríamos montar uma banda cover, fundamos : A Chave do Sol. Restou-nos comunicar ao Geraldo "Gereba" e Paulo Eugênio, que estávamos a sair fora dessa tentativa efêmera para ressuscitar o Terra no Asfalto, com o propósito de batalharmos pela nossa carreira autoral.

O Paulo Eugênio ficou chateado, e chegou a falar algumas coisas desagradáveis em sinal de contrariedade, mas eu respondi-lhe que a tentativa para fazer o Terra no Asfalto vir a tornar-se uma banda autoral, havia fracassado, e que eu não tinha mais paciência para tocar em banda cover, apesar de precisar do dinheiro. Enfim, daí em diante, só fui ter contato com os remanescentes da banda, para negociar a partilha do equipamento que possuíramos, que fora comprado em sociedade, ao início de 1981. E para dar um impulso ao início da Chave do Sol, ao invés de ficar com o amplificador de baixo, simplesmente, abri mão desse conforto lógico, e deixei o amplificador aos demais para que o vendessem e ficassem com o dinheiro. Preferi ficar com o mini PA, e a mesa de 12 canais. Com isso, o equipamento básico de ensaios d'A Chave do Sol, estava garantido para os primeiros quatro anos de vida da banda.


Continua...  

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