Cansado por interagir no mundo underground (por estar a trabalhar com um som a conter elementos "indie", e nem assim conseguir entrar, enfim, no patamar mainstream), saturei-me, e dessa forma, eu pedi as
contas do Pitbulls on Crack, após um último show que realizei com essa banda, em 1997.
Nada
contra os colegas, mas a aposta na contramão também não lograra êxito em minha ótica pessoal e dessa forma, decidi radicalizar, ao sair e assim partir para um
projeto onde decidira empreender o som que gostava, sem nenhuma preocupação
com o mercado; a opinião dos críticos comprometidos com o niilismo de
1977, e sem preocupação financeira, visto que sustentava-me a ministrar aulas de música. Meu
plano inicial foi fundar uma banda onde pudesse planejar cada pequeno detalhe e não
errar, ao basear-me na experiência dos erros cometidos em trabalhos anteriores.
Eu, Luiz Domingues e Rodrigo Hid, na minha sala de aulas, em 1996
E o primeiro quesito, foi a escolha dos membros. O primeiro em quem pensei, foi Rodrigo Hid, mas cabe uma explicação anterior. Comecei
a ministrar aulas em julho de 1987. No início, procurou-me, garotos fãs d'A
Chave do Sol, a minha banda na década de oitenta, e o espectro de 99 %
deles, foi centrado no Heavy-Metal, e o Hard-Rock oitentista. Com o tempo, isso pôs-se a mudar e lá por 1992, começou a aparecer uma nova safra com garotos na
minha sala de aulas, e para o meu espanto, muitos, influenciados por
bandas dos anos 1960 e 1970. Então, entre 1992 e 1999, a minha sala de aulas tornou-se um núcleo, onde muitas bandas formaram-se, e ideias borbulharam.
E não
foi apenas esses alunos, mas vários agregados que aproximaram-se com a
mesma mentalidade, como por exemplo, companheiros de suas bandas de
garagem; irmãos; amigos; primos; namoradas, etc. Já em 1994, estava
formado um pequeno exército com "neo-hippies". Garotada extremamente
jovem, e antenada nessas décadas pregressas. Foi engraçado verificar o entra-e-sai em
minha residência, com cabeludos a usar batas coloridas e calças boca-de-sino , absolutamente anacrônicas para o momento noventista. E permeado por essa euforia retrô, percebi o talento de vários meninos,
entre eles : Rodrigo Hid e Marcello Schevano. Não pensei no Marcello em um primeiro instante, por ele ser muito jovem, mas o Rodrigo, com dezoito anos de idade em 1997, aparentou-me estar mais preparado.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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