E assim, foi essa dinâmica nos meses de outubro e novembro de 2004.
Ensaiávamos as segundas no estúdio Overdrive, e nesses primeiros ensaios,
como o Xando vinha a trabalhar com esse pessoal desde agosto / setembro,
mais ou menos, já havia algumas músicas bem adiantadas. Foi o caso de :
"O Dito Popular"; "Sou Mais Feliz"; "Vai Escutando"; "Se Agora eu Pulo
Fora", e "Me Chama na Hora". Alex Soares era um baterista técnico,
firme e bom de andamento.
Xando Zupo & Tadeu Dias em um ensaio, em janeiro de 2005. Foto de Grace Lagôa
Tadeu Dias tinha grande conhecimento teórico e
era um especialista em Black Music, justamente por estar acostumado a
acompanhar artistas como Simoninha e Max de Castro.
E o Marcelo
"Mancha", tinha excelente impostação vocal.
O Xando, apresentava um nível
técnico excelente e logo notei que era minucioso na questão de timbres,
por ter muito requinte na escolha de cada guitarra para ocasiões
diferentes, angulações das caixas dos amplificadores, e no uso de seus
pedais.
Pus-me a colocar o meu baixo, com total liberdade, e isso agradou-me, pois na verdade, é
a única maneira com a qual eu sei interagir em uma banda,
pois sinto-me inibido a criar, quando tolhido e limitado a seguir
opiniões alheias. Minhas melhores linhas foram criadas dessa forma, sem
interferência. Os ensaios transcorriam em clima de absoluta
cordialidade, enquanto o Xando dizia-nos que teria um canal muito bom
para viabilizar a produção de um vídeoclip, e assim que tivéssemos um
quórum
mínimo de músicas, poderíamos usar o estúdio para gravar o primeiro CD.
Mas
a despeito dessas oportunidades, o que mais agradava-me nesses
instantes iniciais, além do clima leve da banda, foi a característica
que delineava-se no tocante ao estilo.
Agradava-me a ideia em ser Pop o
bastante para pleitear o mainstream, mas sem violentar-me com breguices
ou apelações.
A
formação nos primeiros ensaios do Pedra, ainda ao final de 2004, da
esquerda para a direita : Alex Soares; Xando Zupo; Marcelo "Mancha";
Tadeu Dias, e eu, Luiz Domingues. Foto de Grace Lagôa
Estávamos a empreender ali, uma música sob alta qualidade, com
variantes que passeavam pelo Rock; Soul, MPB etc. Ou seja, uma
sonoridade aberta e pronta a angariar um público mais abrangente, fora
do nicho do Rock underground, onde militei tanto, em bandas anteriores, pelas quais atuei.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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