Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 57 - Por Luiz Domingues
Nos dias 28 e 29 de maio de 1982, o Terra no Asfalto realizou as últimas apresentações de sua história. Foram duas sessões realizadas no Colégio João XXIII, e desta feita, não foi perante uma multidão de pequeninos, como no Colégio Magno.
As duas sessões foram vistas por setenta e cento e vinte crianças, somente. Apesar do cachet fixo, foi nítido o desânimo em fazer apresentações às 8:00 horas da manhã para crianças, e o Paulo Eugênio, apesar de estar ainda a negociar com outros colégios, percebeu que não houve mais ânimo, e parou de agendar-nos.
Estávamos todos cansados daquele esquema, ainda que também a precisar de dinheiro. O Aru Junior estava farto, e queria algo mais sólido. Geraldo " Gereba" tinha aquele seu estilo "bonachão" e pareceu alheio ao desfecho. O Paulo Eugênio não escondia de ninguém, que sonhava com o "TNA" forte, a atuar em bares novamente, e o Sérgio Henriques só estava a aguardar para ir tocar com a Gal Costa (posteriormente tudo mudou, e ele foi tocar mesmo com o Jorge Benjor e a seguir, com o Premeditando o Breque). E o baterista, Maurício "Pardal", que só cumprira quatro apresentações para um público infantil, resumiu os seus sentimentos na volta desse último show, ao usar de seu deboche habitual. Na Kombi que conduziu-nos com o equipamento, veio a bordo a contar histórias de sua vida, quando tocara em conjuntos de baile pelo interior, e o quanto odiara aquilo. Mas falava em tom de deboche, embora fosse um lamento.
E o auge dessa manifestação deu-se quando ele pegou um violão e com a Kombi em movimento, pôs-se a cantar em plenos pulmões, canção : "Amada Amante", do Roberto Carlos, em puro tom de deboche, e entre os versos, improvisava uma letra em clima de paródia, ao descrever que não ficaria em uma banda que tocava às 8:00 horas da manhã para crianças etc. Bem, não deixou de ser engraçada essa manifestação, ainda que esse escárnio retratara bem o fim da banda, sob profunda melancolia. Após uma reunião final, as portas do Terra no Asfalto, fecharam-se para sempre. Nesse período do fim de maio, até meados de julho, houve uma última tentativa para reerguer a banda, mas não resultou em nada, ou melhor, nada para o "TNA", porém, precipitou a concepção da minha banda autoral (A Chave do Sol), que finalmente consegui montar após anos e anos a perseguir tal sonho.
Continua...
Marcadores:
Aru Junior,
Autobiografia de Luiz Domingues,
Gereba,
Luiz Domingues,
Maurício "Pardal",
Paulo Eugênio,
Terra no Asfalto,
Terra no Asfalto Capítulo 57.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário