quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 4 - Por Luiz Domingues


Apesar de certas desconfianças análogas, como já relatei anteriormente, não tive receio algum da minha busca, pois estava a romper com uma série de amarras, e sendo assim, estava cônscio e convicto do que queria. Além do mais, estava cansado em buscar brechas para entrar no mundo mainstream por um lado, ou pelo outro (Pitbulls on Crack). Portanto, cheguei a conclusão, em 1997, que se não agradava nem gregos, nem troianos, eu deveria então despreocupar-me, e ir atrás do som pelo prazer, e não pela oportunidade. 


Para falar das bandas que tive nos anos oitenta, Língua de Trapo e A Chave do Sol, estas não foram "oitentistas", propriamente ditas. O Língua de Trapo fazia música satírica, e portanto, necessariamente atemporal, e A Chave do Sol só aproximou-se de algo mais oitentista em dois momentos : em 1985, por imprimir peso "mezzo" Heavy no EP lançado naquele ano, e após 1986, quando reformulou-se, a buscar deliberadamente um Hard-Rock mais próximo do Pop. E mesmo assim, no caso do EP, os arranjos de Jazz-Rock mais foram setentistas do que qualquer outra coisa, apesar do peso Heavy, e na fase Hard-Rock Pop, havia um pouco de elemento oitentista, mas também cargas setentistas, via Led Zeppelin; Bad Company; Free, e outros, bem mais marcantes. Oitentista mesmo, foi o trabalho da banda dissidente, A Chave / The Key, pós 1988, com aquela nova formação e a determinação mergulhada no virtuosismo a la Malmesteen, a surgir da parte dos novos componentes : Edu Ardanuy e Fabio Ribeiro. E quanto ao Pitbulls on Crack, ele era bem indie noventista, mas com o Deca a empreender solos "AC/DCanos", e eu a criar linhas de baixo trabalhadas (por que não aguento tocar em uma nota só), culminava em fornecer ares setentistas às músicas, mais a parecer o Glitter-Rock daquela década.

Continua... 

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