As pessoas em geral , quase todas, sonham em viver um grande amor.
Dia desses, um amigo meu solteirão que já andou quebrando a cara,
disse-me com ar melancólico que gostaria de estar casado. Na primeira
tentativa ele viu que sua amada falava, quando zangada, muitos nomes
feios, como se fosse o Teodoro do bar.
Não fomos feito no projeto original
para solidão. Adão se queixou no paraíso, suspirando, e Deus criou a
mulher. O mundo de hoje, porém, anda perigosamente subvertendo a ordem
natural das coisas e isso tem causado muita frustração em ambos os sexos
ortodoxos e mesmo nos novos sexos modernos que estão surgindo.
A internet também criou o fenômeno dos cérebros e seres sem
profundidade. Temos que ter cuidado com isso. Para viver um grande amor é
preciso ir além dos cliks e das curtidas. Para viver um grande amor é
preciso viajar para o coração do outro. Ai é que começa a ruir o castelo
dos amantes modernos. Eles só querem receber do outro lado da tela, da
linha, da ponte, da cidade, do país. Os amantes modernos são
consumistas. Falta-lhes a grandeza literária e poética do ideal. O amor
verdadeiro, que vai além mesmo do instinto, tem a ver com dar, não com
receber.
As mulheres querem ser amadas, mas não se preocupam
mais em agradar os homens. Existem até aquelas que nem pintam as unhas,
o que é uma aberração. Já vi amigos meus em Copacabana chorando por
seus travestis ultra-femininos.
Os homens estão perdidos. As
mulheres de mercado não conhecem a grandeza do amor nos seus prejuízos e
renúncias. São programadas para o falso sucesso das vitrines e slogans.
Os intelectuais ficam esperando encontrar a amada que
dirá que seu poeta preferido é esse ou aquele, ou então que a amada
aprendeu domar sua mente e sabe aplicar um reiki ou uma massagem. Ou que
fale razoavelmente dois idiomas.
Uma mulher que não saiba cozinhar é um homem. O amor, acreditem, está acima da mediocridade. Quem não for capaz de matar ou morrer por amor, demita-se da
pretensão de viver uma grande e verdadeira história. Não é coisa para
covardes e acomodados. Viver um grande amor é coisa para quem tem um
coração valente.
Para viver um grande amor é preciso estar
comprometido com a vida do ser amado. O amor não é um acústico.
Trata-se de coisa épica.
Marcelino Rodriguez é colunista sazonal do Blog Luiz Domingues 2.
Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma crônica sobre um assunto que mexe profundamente com as pessoas, mas o foco nem sempre é o mais adequado para se lidar com a problemática...
Ilustração final: Carl Moroder
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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Amor, força que move o mundo. Sem amor não somos nada. Realmente não nascemos para ficarmos sozinhos . Para algumas pessoas é difícil ter as prioridades certas na vida. Como diz o texto: é preciso estar comprometido com a vida do ser amado. Não sigo dogmas mas gosto muito desse ensinamento:
ResponderExcluirO amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha;
Sem joguinhos, sem vinganças. Afinal só o amor é real.
Excelente a sua participação, Jani !
ResponderExcluirDe fato, só o amor é real, disse-o, muito bem.
O Blog agradece sua leitura e participação na crônica do colunista Marcelino Rodriguez !