sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 176 - Por Luiz Domingues

                                     Foto: Marcia Oliveira
Uma ótima nova surgiu quando o produtor Antonio Celso Barbieri recolocou os dois vídeos que havia produzido para o Pedra em 2008 na plataforma do Youtube e que por conta de uma mal-entendido de ambas as partes, foram retirados do ar, de forma abrupta e a gerar o rompimento de relação entre ele e a banda. Foi muito boa a atitude dele de acabar com essa rusga e colocar no ar os dois ótimos vídeos que proporcionou-nos e dessa forma, a banda, seus fãs e o Rock brasileiro agradeceram pelo seu gesto.
Eis o link de seu site, onde Barbieri anunciou o relançamento dos vídeos que estão novamente disponíveis no YouTube, desde então.
Eis o link para assistir o clip de Longe do Chão, produzido por Antonio Celso Barbieri, sob imagens do artista gráfico, Paul Whittington. Realizado em 2008 e repostado no YouTube em 2013.
E também o clip da música “Projeções”, produção de Antonio Celso Barbieri sob imagens do artista plástico, Diogo Oliveira, de 2008 e relançado no YouTube, em 2013.
Com as sessões de "overdubs" da gravação do disco a ocorrem, nós tivemos finalmente uma perspectiva de show em vista. Graças a um contato do Rodrigo, que costumava apresentar-se nessa casa de shows, com trabalhos realizados através da sua atuação com bandas cover em que participava paralelamente ao Pedra, uma rara data aberta para uma banda autoral aconteceu no Café Teatro Piu Piu, no coração do Bexiga, na Rua 13 de maio. 
Apesar do nome ridículo (que só perde em fator de constrangimento para o salão de Rock, "Fofinho"), tal casa noturna foi uma das, senão a única, da Rua 13 de maio, que ainda mantivera uma tradição de agenda contínua de música ao vivo e público assíduo, nessa decadente rua, que há anos não foi mais era nem sombra do que fora nos anos setenta e oitenta. 
Bem estruturada, com um bom palco, som de PA compatível e iluminação digna para uma artista apresentar-se bem, claro que aceitamos o desafio de tocarmos em um domingo, um dia aparentemente ruim para movimentar o público. 
Porém, o fato é que a nossa divulgação funcionou bem e nós fizemos um bom show para uma plateia inteiramente interessada no Pedra, sem recorrer a habitues da casa e pelo contrário, a própria direção do Café Piu Piu surpreendeu-se com a presença do público que foi motivado pela presença do Pedra, em significativo número e em pleno domingo, aliás, a se tratar de uma noite de inverno e bem fria.
Por um pedido da direção da casa, acostumada com bandas cover na maioria esmagadora de sua agenda habitual, a sua cúpula nos pediu para dividirmos o show em duas partes, ao estabelecermos uma pausa de cerca de vinte minutos.
Prática recorrente em casas noturnas não acostumadas a abrirem espaço para bandas autorais, geralmente não percebem que quebrar o show no meio é contraproducente para um artista autoral, a aniquilar a “magia” do espetáculo. Algo imperdoável, portanto. Só pensam na dinâmica de se usar a pausa para forçar mais consumo da parte das pessoas, naturalmente. 
Tudo bem, apesar de ser inconveniente pelo nosso ponto de vista mais romântico sobre o papel da arte, nós aceitamos seguir a orientação deles e de certa forma foi até interessante, pois haviam tantas pessoas amigas nossas presentes na casa, que esse tempo foi importante para todos os componentes da banda visitarem as mesas, ao lembrar até a ação de noivos em festa de casamento, que cumprimentam os seus convidados nesse momento da festa. 
Ao interpretamos como mais como uma pequena vantagem, já que o show fora fragmentado, resolvemos cumprir as duas "entradas" mais robustas, portanto, a tocarmos mais músicas do que o tempo de um show padrão. 
Pedra em ação no café Teatro Piu-Piu de São Paulo, em setembro de 2013. Fotos de Deco Ferracini
Todo mundo gostou, banda & público e a minha lembrança foi de um show bastante agradável e com a banda bem ensaiada, a emitir um recado forte no palco. 
O público aplaudiu bastante e ali nós tocamos até músicas que entrariam na composição do álbum "Fuzuê" em fase de conclusão de gravação e que nunca havíamos tocado anteriormente ao vivo, caso de "Abstrato Concreto”. Noite fria de 8 de setembro de 2013, com cem pessoas no Café Piu Piu.
"Pra Não Voltar" no Café Piu Piu em 8 de setembro de 2013. 
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=bwRl4p9AZLI
"Jefferson Messias" no Café Piu Piu em 8 de setembro de 2013. 
Eis o Link para assistir no YouTube:

"Reflexo Inverso" no Café Piu Piu em 8 de setembro de 2013. 
Eis o Link para assistir no YouTube:

Dali em diante, a meta foi trabalharmos na conclusão do disco e um próximo compromisso ao vivo só ocorreria em novembro. 
Antes disso, em setembro, o Barbieri procurou-nos internamente e propôs um possível show em Londres, a ser realizado na casa: “The Barbican”, onde ele mantinha contatos e de fato, tal casa de espetáculos era bem aberta a receber artistas de toda parte do planeta, com um público específico que apreciava com muito interesse conhecer trabalhos não cantados em inglês, ligados ao Rock, mas também com possibilidade de mostrar facetas regionais em sua música, que aos ouvidos britânicos, soavam "exóticas".  
Bem diante dessa possibilidade e ao verificarmos que Barbieri estava de bem conosco de novo, ainda bem, nós demos sinal verde para ele negociar, ao buscar a viabilidade com possíveis patrocínios etc. 
Em princípio, ele falou que desejava fazer uma noitada dupla de Rock brasileiro, ao propor a presença de uma banda nova e uma clássica, no caso a Patrulha do Espaço. 
Negociações iniciaram-se, mas o Barbieri teve que mudar o seu projeto paulatinamente, na medida em que os ingleses reagiam com contrapropostas e dessa forma, a ideia evoluiu para um possível festival de Rock brasileiro, com mais bandas, provavelmente cinco para um momento inicial, mas que evoluiu para um número muito maior posteriormente. 
Talvez para o The Barbican, fosse conveniente tal predisposição, mas um número enorme de bandas inviabilizou completamente a captação de recursos para se bancar avião, estadia e toda a logística operacional para tal, a envolver tanta gente. Foi uma pena, pois eu conhecia o Barbieri desde os anos oitenta e confiava (confio) nas produções em que ele se propõe a fazer. 
Como tentativa de angariar simpatias e apoio, ele chegou a abrir uma petição pública para alavancar a produção, mas o projeto encerrou engavetado, uma grande pena.

Eis abaixo, o link da petição pública que o Barbieri abriu: 
https://secure.avaaz.org/en/petition/ROCK_SAO_PAULO_THE_BARBICAN/?pv=0

Uma outra boa nova ocorrida em setembro, foi que um programa de Internet recém lançado e comandado por dois jornalistas importantes no jornalismo cultural e especificamente do campo do Rock, chamado: "Heavy Lero", falou sobre nós, ao mostrarem os nossos discos no ar e a recomendar a nossa banda.  
Era comandado por Gastão Moreira e Bento Araújo, dois experts no assunto e dos quais orgulho-me de ser amigo pessoal de ambos. Apesar do nome do programa ser infeliz ao meu ver, a denotar manter relação como o Heavy Metal (mas na percepção deles a palavra "Heavy" teve a intenção de denotar uma "conversa da pesada"), o programa era ótimo, pela óbvia qualidade de seus apresentadores, a ostentarem cultura avassaladora no assunto e foi uma honra ser citado por ambos. 
Infelizmente esse episódio que cita-nos foi retirado do ar no YouTube. Fico a dever o link, mas se o leitor quiser arriscar procurá-lo, quem sabe o encontra postado novamente nesse portal da internet. Próxima missão para o Pedra: Teatro Olido!
Continua...

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