sábado, 9 de janeiro de 2016

Caridade - Por Telma Jábali Barretto

Palavra enorme, evocando sempre outros e nobres sentimentos, meio sinônimo da pequena doar, com abrangência mais ampla por trazer à superfície uma forma de servir mais abnegada, talvez até mais bondosa...e, quem sabe por isso, acaba recebendo um formato mais bem definido, estabelecido, de doação. 

Não é mesmo assim ?!...Algo associado a carências extremas, mais básicas como alimento e/ou até a proteção que um lar ofereça.
Sentimento que deveria vir acompanhado de cuidados em seu exercer, onde perguntamos se não poderia ser também utilizado em circunstâncias menos básicas e mais subjetivas, re significando caridade !


Essa maneira de atender ao próximo, dessa certa dose de empatia solidária à dificuldade de outrem, imaginamos e até gostaríamos, devesse, ser levados a muitas e outras situações. 

Triste é ainda viver num mundo onde necessidades primordiais não são supridas naturalmente, fruto do trabalho, que além de dignificar, tragam habilidades únicas de cada qual para as trocas na convivência, estimulando o melhor de nós. 

Ousamos pensar que talvez aconteçam pela nossa insensibilidade de uns para com outros.
Será que, se fôssemos seres humanos, mais atentos ao nosso próximo, chegaríamos a minimizar, eliminar essas carências básicas ?! 

Pensamos que, provavelmente sim !
Então, ousamos mais ainda, dizendo que aqueles que suprem as necessidades fundamentais, nesse exercer caridoso, atentassem, acordassem para mais subjetivas e reais maneiras de suprir...mas, para isso, tais trabalhos deveriam ser inicialmente satisfeitos, entendidos em si. 
Sim !!! Essa percepção do outro cobraria olhar isento, equânime, capaz de perceber e sentir emoções que, por serem camufladas, são geradoras de engano e ilusão, de ter além necessário, promotoras de disputas desleais, falta de cooperação na completa incapacidade do contexto e da vida num sentido maior, onde doamos o que queremos e não o que nos está sendo pedido, abastecendo uma cadeia de falsas soluções porque não estamos bem interpretando nem as nossas verdadeiras carências e, menos ainda as de quem, bondosa e supostamente, intentamos em ajudar. 
Primordial, quem sabe fosse, aqueles que com alguma sensibilidade servem, pessoal ou coletivamente, política ou em qualquer forma de sacerdócio religioso/profissional, fossem caridosos com aqueles que com menos percepção intentam em ajudar e aí sim, de forma mais ampla e mais humana, cuidadosos, mais sábios no atender, e, de verdade, minimizando insensibilidades generalizadas e escondidas, por isso mesmo permitidas debaixo dessa subliminar ‘caridade’, que erroneamente, pode ser preservadora de carências.
Aumentadas as escutas entre nós, um a um, caso a caso, grupo a grupo, diminuíssemos diferenças, aumentássemos os pontos de contato, favorecendo as trocas, doações espontâneas, desde atenção, tempo, conhecimento, carinho e oportunidades propiciadores ou não de bens (esse definitivamente não pode ser o centro de atenção !), mas, essencialmente de satisfação e alegria, desfazendo exposições de quem dá e quem recebe num pleno exercitar natural, sem barganhas de coisas, gestos, e nem ainda sentimentos sub-reptícios, onde tais conquistas tirassem cada qual de sua carência, aquela que propicia o tirar da dor que impede, mata e rouba o espaço de outros e alheios sentires que nos fazem melhores uns com outros !
Então, quebrando egocentrismos dos mais primitivos (agressão/defesa) cresceríamos em irmandade, começando a entender fraternidade, desfazendo privilégios, vícios, corrupção, num estar na vida de maneira mais adulta, conscientes e participes dos processos coletivos como iguais, sendo únicos ! Exercício pleno da habilidade florescida!


Paciência !!! 

Estamos a caminho...Somos Um, somos OM !





Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. 

Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.

Nesta reflexão, aborda o tema da caridade, uma questão complexa e que geralmente leva as pessoas à uma interpretação simplista, mas que Telma trata de dar maior profundidade, desvelando outras camadas mais profundas sobre o assunto.

18 comentários:

  1. Parabéns pelo texto e pertinente nos dias de hoje, onde infelizmente o individual se tornou mais importante que o coletivo...Um simples sorriso, bom dia ou tratar o outro com respeito e empatia já seriam grandes evoluções...

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    1. Evolução e revolução é atentar p o individual mas da premissa da individualidade divina que usando a individualidade humana serve a si e ao coletivo com uma nova consciência de contexto pessoal e humanitário. Como disse, estamos a caminho, acordando...Abraço aí e na mas tê!

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  2. Parabéns pelo texto e pertinente nos dias de hoje, onde infelizmente o individual se tornou mais importante que o coletivo...Um simples sorriso, bom dia ou tratar o outro com respeito e empatia já seriam grandes evoluções...

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  3. Que assim seja, estamos a caminho.
    Maravilha Telma, que o ser humano veja mais o coletivo, com atenção e amor!

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    1. Estamos sim a caminho, aprendendo pela dor infelizmente! Já sabemos hoje que não somos ilhas e o que fazemos, quer saibamos ou não, individual e coletivamente reverbera.
      Aprendendo a amar a si, ao próximo bem próximo e ao próximo nem tão próximo...recebendo e refletindo! Abrindo novos espaços dentro e fora de nós num novo respirar, permeabilidade, trocar!
      Assim seja!!!
      Abraço ai

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  4. Que assim seja, estamos a caminho.
    Maravilha Telma, que o ser humano veja mais o coletivo, com atenção e amor!

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    1. Muito bom.Que a nossa consciencia seja desperta para a real caridade,sermos apenas sensiveis a necessidade do outro.

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  5. Que Deus nos capacite a doar o que realmente necessita nossos irmaos.Que estejamos abertos a nos doarmos de fato.Cristo sempre ensinou a caridade na forma de perdao aceitaçao amor sem preconceitos.Isso e muito mais coisas fazem parte em ser e ter caridade .Chegaremos la,com certeza.

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  6. Que Deus nos capacite a doar o que realmente necessita nossos irmaos.Que estejamos abertos a nos doarmos de fato.Cristo sempre ensinou a caridade na forma de perdao aceitaçao amor sem preconceitos.Isso e muito mais coisas fazem parte em ser e ter caridade .Chegaremos la,com certeza.

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    1. Estamos devagar capacitando-nos...paciência! O tempo é o professor necessário para as conscientizacoes, transformações que nos habilitarao.
      Na mas tê!!!

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  7. Telma obrigada pelo texto. Um 2016 iluminado com águas constantes e calmas para você e seu pai..Namastê..

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    1. Gratidão Adriana pela leitura e votos!
      Abraço caloroso também a vc e Costi para esse ano novo!_/\_

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  8. Telma, muito obrigado por nos despertar para esta consciência da caridade, do servir de modo impessoal.
    Parabéns pelo seu discernimento e sensibilidade!

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    1. Um exercício continuado para aprender esse servir impessoal...mas, vamos no passo a passo. Não desistindo de nós, não desistimos também de nosso compromisso com o próximo, com o coletivo! Estaremos eternamente servindo e sendo servidos...enorme e infinita escalada! Que seja cada vez mais natural, num fluir...

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  9. Muito interessante a forma de abordagem da caridade, a partir de uma reflexão sobre o Ego... Parabéns!

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    1. É menino...acho que todos já sabemos que a fome de alimentos seria facilmente resolvida, não é? No entanto continuamos desperdiçando comida em meio a muitos que morrem de fome?!...Então, estamos entendendo que precisamos mudar a mentalidade das pessoas, e isso, parece que tudo tem conspirado, quem sabe até planejadamemte, para esse acordar!
      Super grata por seu comentário! Abraço aí e Na mas tê!

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