quarta-feira, 8 de julho de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 105 - Por Luiz Domingues


Passado esse show no "Palco da Represa", foi a diminuir bem a notoriedade em torno da novidade do último CD, o que aliás, foi algo muito natural. Tirante grandes artistas do mainstream, que tem muito mais exposição, não seria possível esperar muito mais sobre a atenção que poderíamos despertar na mídia. Sem empresário, e com a gravadora a imiscuir-se de forma acintosa, praticamente ficamos sem chão, novamente. 

Eu não diria que voltar à luta de 1992, fosse a melhor solução, mas francamente, não pareceu restar-nos outra alternativa, doravante, ou seja, sairmos a tocar novamente no circuito mais obscuro, as casas do circuito indie paulistano etc.

De minha parte, eu não teria nenhum problema para adotar essa estratégia de recuperação do fôlego, mas desde que estivesse a fazer um som que realmente acreditasse e o Pitbulls On Crack, apesar de eu gostar do trabalho, não era 100 % o que eu gostaria de fazer. Enquanto a banda vivia esse conflito interno, ainda haveria um último suspiro advindo das boas chances que surgiram em toda a história do Pitbulls on Crack, graças aos contatos e esforços do nosso baterista, Juan Pastor.

Seria um show no interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Sorocaba, onde através de um clube local, haveria os shows de duas bandas que despontavam no mainstream naquele momento: "O Rappa" e "Planet Hemp". Claro que aceitamos, e de fato haveria de ser uma boa oportunidade para tocarmos novamente para um grande público, com estrutura de som e luz de primeira etc. Desta feita, sem cachet, mas com despesas pagas etc.

Nessa altura, com quase trinta e sete anos de idade e vinte e um de carreira, começou a incomodar-me essas propostas supostamente boas, para fazermos shows gratuitos como "investimento de carreira". 

Essa conversa equivocada de empresário e marqueteiros, na prática sempre foi uma tremenda de uma mentira e continua ser, é claro. Quase como um jogo de roleta, a possibilidade disso gerar um dividendo certo, é quase nula. Você entra para o mainstream por uma conjunção de fatores e o simples sacrifício de tocar de graça, nesse tipo de show, não é garantia de nada. 

Bem, aceitamos, pois tínhamos um disco novo para divulgar e uma carreira para seguir, ainda que sob uma fase que apresentava-se como decadente para a nossa banda, e com sinais de irreversibilidade bem nítidos, enfim...

Mas antes de falar sobre o show em si, às vésperas dessa data, quase passamos por uma tragédia, os quatro componentes e vale a pena contar essa história, ainda que seja desagradável relembrar tais fatos e com nuances de programas policialescos da TV aberta...

Continua...

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