segunda-feira, 25 de maio de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 44 - Por Luiz Domingues

Em foto de 1996, Marcos Nannini e Thiago Fratuce, da esquerda para a direita. Acervo : Luiz Domingues

Mais ou menos na mesma época, eis que surgiu a persona sensacional de Thiago Fratuce, um então garoto, extremamente inteligente, perspicaz e culto. A explicação para isso, deu-se com o fato dele ser filho de intelectuais. Os seus pais eram professores universitários, muito cultos, viajados e cosmopolitas. Morador do bairro, o seu apartamento ficava a cinco minutos de minha casa e ele foi, desde a primeira aula, um aluno exemplar, com a postura em nunca faltar, atrasar etc. 
Fratuce costumava presentear-me no dia do professor e no Natal, certamente incentivado pelos pais, e eu admirava essa educação que havia valorizado esse aspecto de enaltecer o papel do educador. 

E essa tomada de posição foi além da boa educação e nesse caso eu notei que fora mesmo o valor que esteve em jogo. O interessante foi que Fratuce coadunar-se-ia com todos os propósitos culturais que forjar-se-iam doravante, mas o seu temperamento era diferenciado e muito zen, ele destoava da energia infantojuvenil dos demais. 

Muitas vezes, ele surpreendeu-me, ao emitir opiniões maduras e assim a abordar aspectos culturais sofisticados. Tornei-me amigo de seus pais que eram extremamente simpáticos. O seu pai tinha/tem nacionalidade peruana e falava português com um ligeiro sotaque castellaño.

Não demorou muito e Thiago Fratuce já havia desenvolvido uma técnica muito boa ao instrumento, e logo tornou-se um aluno que eu indicaria para bandas que abordavam-me constantemente à procura de indicações de minha parte. E confesso, eu sentia um orgulho muito grande em poder indicar um aluno meu desse quilate. 
                      Thiago Fratuce em foto bem mais atual

Continua...



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