terça-feira, 26 de maio de 2015

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 28 - Por Luiz Domingues


Ainda nesses últimos meses de 1998, os ensaios ficaram incrivelmente povoados, pela visitação de amigos e agregados. Houve ocasião onde eu contei vinte e cinco pessoas dentro do louco estúdio do Paulo "P.A." Antonio, que mais parecia uma caverna hippie. Isso sem deixar de mencionar os seus cachorros que eram figuras dentro daquele contexto.

Ele possuía cerca de meia dúzia de cães da raça, "Sheep Dog", com nomes como: "Lua"; Estrela", "Sol"... pois até os cães eram freaks ali naquele ambiente. Enchíamos a caverna com incensos, e o astral sempre foi sensacional. Claro, esse excesso de convidados atrapalhava um pouco, mas no cômputo geral, tratava-se de um clima muito gostoso que só contribuía para inspirarmo-nos mais ainda na vibração que queríamos evocar. 

E da parte do P.A., quem não saia de sua casa eram os seus amigos fiéis: Nobuga (percussionista), e o grande guitarrista, Hélcio Aguirra, que praticamente estavam lá o tempo todo, em animadas partidas de vídeo-game que os entretinha em torno das simulações das corridas de F1. 
Foto promocional da banda instrumental / experimental: Mobilis Stabilis, onde Nobuga, Hélcio e o próprio PA, foram integrantes (na foto, o P.A. já não estava na formação, substituído por Alaor Neves, o último, da esquerda para a direita), foram integrantes. Nobuga é o primeiro, da esquerda para a direitae Hélcio, o quarto.

O Nobuga tocava/toca bem a tabla indiana, e muitas vezes me deixou tocar, no entanto, é claro que eu não tenho técnica alguma para tal, mas adoro o timbre desse instrumento maravilhoso.

No fim do ano de 1998, estávamos com quase vinte músicas prontas, arranjadas e a ficar muito bem ensaiadas. O Sidharta nunca tocou ao vivo, mas poderia ter tocado pelo padrão de execução que alcançamos. 


Em "Céu Elétrico", por exemplo, o arranjo do Sidharta era diferente do que ficou com a Patrulha, posteriormente na gravação do CD Chronophagia. Naquela época, especificamente para essa canção, eu tocava guitarra, e o Rodrigo atuava ao órgão. O Marcello tocava flauta, e mesclava um pouco de guitarra em algumas partes. A ideia primordial fora gravarmos violões no disco, para deixá-la mais leve. 

No disco da Patrulha do Espaço, o Rolando Castello Júnior mudou o arranjo ao propor mais peso na bateria, e assim inviabilizou-se a ausência do baixo, e daí ficou mais com a pegada do "Procol Harum" do que Fairport Convention, ou Donovan, como queiram...

E paralelamente à tudo isso que envolvia o Sidharta, estava a ocorrer desde meados desse ano de 1998, um movimento dentro da minha sala de aulas, que estava a proporcionar ótimos resultados. Vou contar essa história mais detalhadamente no capítulo: "Sala de Aulas", mas o Sidharta teve tudo a ver com isso. Foi o movimento de cartas à mídia...


Continua...

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