quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 164 - Por Luiz Domingues

Acordamos bem cedo, pois apesar de São Leopoldo ser uma cidade satélite de Porto Alegre, teríamos que encarar um razoável percurso de tráfego pesado, a passar por outras cidades muito próximas da capital gaúcha, como Viamão e Canoas por exemplo, e o trânsito ali em um dia útil, ganha contornos de engarrafamentos, no sentido de Porto Alegre. Estávamos muito satisfeitos com a performance da noite anterior, mas "quebrados" fisicamente, pois as condições no minúsculo Bar Br-3, seriam difíceis em todos os aspectos, e tais dificuldades nos subtraíra bastante energia.

Já a nos dirigir a Porto Alegre, de fato enfrentamos um trânsito considerável e fomos direto para a casa noturna onde apresentar-nos-íamos, e nesse aspecto o planejamento logístico foi descarregar o equipamento ainda na parte da manhã, e o produtor do show ali encontrar-nos-ia para nos conduzir à duas entrevistas que faríamos: uma na TV Bandeirantes, e outra na emissora de rádio Ipanema FM.

O guitarrista e produtor do show em São Leopoldo, Luciano Reis, viajou conosco a fim de nos auxiliar em Porto Alegre como um apoiador, e a  sua presença no ônibus foi fundamental como guia, ao nos conduzir com precisão à porta da casa onde tocaríamos.

A primeira impressão que eu tive ao entrar na casa de shows "Manara", foi muito boa. A estrutura era no padrão do médio porte, e lembrou-me muito o ambiente de casas de shows semelhantes que existiram em São Paulo entre os anos oitenta e noventa, como "Woodstock", "Aeroanta" e "Garage Rock", por exemplo. Ou seja, casas com médio porte, a conter estrutura de palco, equipamento de som & iluminação e retaguarda de camarins, muito acima da média de bares que geralmente tem pretensão de serem casas de shows, mas não conseguem. No caso do Manara, realmente assemelhava-se às casas paulistanas que citei. Detinha um palco um pouco menor, mas muito digno para um artista autoral se apresentar com desenvoltura. Um bom PA e boa iluminação de um teatro, estilo cabarét. 

As instalações da casa eram de ótimo nível e a decoração se mostrara moderna, talvez não muito agradável para o meu gosto pessoal, pois remetia à motivos caribenhos que insinuavam a cultura do reggae, mas tudo bem, isso foi uma mera questão de gosto pessoal. 

Logo que os roadies começaram a descarregar o nosso ônibus, o produtor local do show chegou e muito educado e profissional, nos levou para os compromissos de mídia e posteriormente nos conduziu à um charmoso restaurante vegetariano de ótima frequência, relativamente próximo ao Manara. 

Na emissora, Ipanema FM, concedemos entrevista ao vivo, a posteriori. 


Fico a dever o nome do locutor que nos recebeu, mas lembro que nos tratou com muita simpatia e respeito pela banda. Infelizmente, situações assim era tão raras ao se tratar de mídia nos anos 2000, que até estranhávamos quando éramos tratados com o devido respeito e reverência que o nome da banda merecia pela sua história.

Particularmente, eu estive muito feliz por estar ali e até comentei com o rapaz, em um momento informal fora do ar, que tinha uma simpatia e dívida de gratidão com aquela emissora gaúcha, pois a minha banda nos anos oitenta, A Chave do Sol, foi muito executada ali, em sua programação, ao nos ajudar a formar um grande público gaúcho para nós. 


Infelizmente, ainda a a falar sobre A Chave do Sol, nunca tivemos a oportunidade de nos apresentarmos em solo gaúcho, apesar de termos a consciência de que tínhamos naquele estado, um grande número de fãs, formado principalmente pelas nossas apresentações no programa "A Fábrica do Som", da TV Cultura de São Paulo, que era retransmitido pela TVE de Porto Alegre para todo o estado do Rio Grande do Sul, e muito em função da maciça execução radiofônica que tivéramos por conta da Ipanema FM de Porto Alegre. Portanto, fiquei realmente feliz por estar ali naquele estúdio, embora a usar desta feita um nova camisa agora, a da Patrulha do Espaço.

Foi uma conversa muito boa para promovemos o show que faríamos no Manara, naquela noite e tocou-se duas músicas do CD Chronophagia. 

Dalí, fomos rapidamente para a TV Bandeirantes, a apreciar a bonita visão do rio Guaíba e o estádio Beira Rio, do Internacional. Naquela época. o estádio já era bem vistoso, imagino então depois, com a reforma para adequar-se ao "padrão Fifa", da Copa do Mundo de 2014. 

Na TV Bandeirantes, a inserção foi um encaixe muito rápido no jornalismo local. Praticamente somente o Rolando Castello Junior falou, mas nós tocamos ao vivo, sim. Tocamos de forma semi-acústica: "Céu Elétrico" e  "O Pote de Pokst", com o Rodrigo, Marcello e eu s "pilotarmos" violões, e o Rolando Castello Junior na percussão leve de uma pandeirola. Claro que o Marcello também tocou flauta em "Céu Elétrico".

E claro, ficamos contentes, com as duas ações de mídia de massa, para reforçar o show. Fomos então almoçar no restaurante que eu citei, nas proximidades do histórico auditório Araújo Viana, onde eu fiz questão de conhecer pelo menos a sua fachada, em meio a uma caminhada que fiz isoladamente após o almoço. Ali, shows históricos do Rock brasileiro foram realizados, a incluir a própria , Patrulha do Espaço, em ocasiões anteriores. 

Com razoável tempo de sobra, fizemos o soundcheck no Manara.

Continua...

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