Então, tivemos que tomar uma atitude dura, aliás duas. O primeiro ponto foi que houve uma música composta pelo Alex, chamada: "Pra Você", que incomodava-nos pela sua estética melódica, harmônica e sobretudo pelo teor da letra. Estava gravada e mixada, mas parecia não encaixar-se no disco, ao destoar do restante do trabalho. Não era uma música ruim, todavia, e houve um esforço coletivo no tocante ao se elaborar um arranjo, no sentido de dar-lhe uma roupagem à altura das demais.
Contudo, ela destoava do restante do trabalho de forma acentuada, e nem com maquiagem "Prog-Rock", deixou de apresentar sinais antagônicos aos nossos propósitos. E de fato, essa tentativa de maquiagem "Prog" ocorreu, com o Rodrigo a inserir teclados sobrepostos bem ao estilo do "Pink Floyd", também por conter um ótimo solo do Xando, e a base harmônica caprichada com belos timbres de guitarra. Eu usei o meu Rickenbacker, e com a chavinha de captação colocada na posição do meio, extraí um timbre bonito, ao remeter ao "Genesis" de Michael Rutherford, além dos backings vocals criados pelo Rodrigo, que ficaram muito interessantes, com uma certa proximidade com o estilo do "Queen". Mas mesmo assim, a canção ainda mantinha um nítido ranço popularesco, a pairar entre o Roupa Nova e duplas sertanejas.
O Alex, apesar dos apelos insistentes do Xando e do Renato Carneiro, insistiu em gravar seu vocal solo com impostações e maneirismos desse tipo de artistas populares, o que certamente era um estranho no ninho no universo artístico do Pedra.
Após muitas ponderações, resolvemos ter uma conversa franca com o Alex, sobre a canção, e também sobre sua atuação na banda, principalmente na questão dele apenas desejar fazer shows com segurança financeira assegurada etc. Claro, foi um assunto espinhoso e assim que comunicamos-lhe a decisão de conversar, ficou um clima pesado, e na conversa ocorrida pessoalmente, instaurou-se um clima ainda mais tenso.
Continua...
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