quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Inércia - Por Telma Jábali Barretto

Mesmo sendo a Vida Manifestada movimento, algo dela flui próximo à inércia.


Aquilo que em nossas vidinhas chamamos de piloto automático, zona de conforto que quase sempre é aconchegante como um útero, bercinho difícil de abandonar.
A depender do temperamento ou maturidade...?!...saímos dali só mesmo quando a vida convida naquelas suas linguagens intempestivas: doenças abruptas, perdas e abandonos, quem sabe até com paixões avassaladoras.


Ai, então, por total falta de opção, sem nenhuma alternativa de escape, ficamos frente a frente à inesperada mudança.


Seguro é que, após tais circunstâncias, perdemos definitivamente o anterior modus vivendi.
Algumas vezes alavancando grandes transformações, outras, só mesmo pequena correção de rota, seguida de também de uma diferente e pouco menor inércia que novamente a Vida, em sua incansável paciência, paz ciência, trará os tais cutucões para os que assim, re ativos, costumam ser!


Pensamos que grande parte da humanidade responde nessa vibe, energia.
Queremos e buscamos padrões estáveis na família, relacionamentos pessoais ou profissionais, governos, comandos e aprendizados que nos protejam de mudanças, reformas, ameaçadoras da sagrada segurança confortável, mesmo quando, e ainda, possamos dizer quão bem-vindas seriam inovações...


Na verdade, uma cor diferente, padronagem pouco maior/menor, a inversão de algum detalhe pode provocar algo novo, mas, nem sempre reorganizando estruturas e menos até quebrando necessários paradigmas viciados.


Já, naquele empreendedor, criativo, dinâmico, menos inerte, flui uma outra frequência geradora de outra disposição.
A busca aqui é por formas desafiadoras de fazer, estar e, principalmente, que venha acompanhada do comprometer-se...Difícil é hoje esse comprometer-se! 


Há aqui uma ressalva: vale o cuidado para não pular de ideia em ideia, sem concretizações, resultados, onde, simplesmente, explorando novidades, como quem também as descarta, quando o doce encanto motivador é confrontado com outro mais saboroso e perfumado encanto, não esgotando dificuldades e ganhos, partes de qualquer empenho realizador !
Então, vencidas inércias confortáveis, mantenedoras da relativa tranquilidade que investe tanta energia para  se proteger do incomum, poderemos deparar com o verdadeiro crescimento que é de foro interno, aproximador do eixo central da existência humana, AMOR, que, sendo oposto do medo, levará a conquistas, tendo o mais absoluto retorno que obtemos da Vida, honrando-nos, concedendo-nos o participar como co-criadores do grandioso processo do qual somos, aí sim, conscientes individualidades colaboradoras de um mundo melhor que pretendemos, com as muitas humildes, guerreiras, pequenas ou portentosas, enganosas e certeiras...infinitas, múltiplas, diferentes e tantas necessárias contribuições.


E, por aí vamos...detectando limites, estimulando o transpor, fragilizando e quebrando, para re construir uma sempre e oxigenada confiança tão preciosa para si e para aqueles a quem servimos em nossas muitas solicitações !


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. 
Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes, e instrutora de Suddha Raja Yoga.

Nesta crônica, nos fala sobre o tema da inércia. O ato de sair da confortável zona de conforto, é raro pela iniciativa livre e sem a presença de temores, essa é que é a verdade... 

13 comentários:

  1. Sensacional, por experiência própria, hoje aceito os "empurrões" necessários ao crescimento. Se faz necessário seguir o menos possível na inércia, para nos conhecermos um pouco mais .
    Texto pertinente com fundo enriquecedor, importantíssimo à evolução.
    Na mas te!!

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    1. Aceitar e entender os empurrões como alavancadores do crescimento jé é bem legal. Melhor ainda, como bem disse vc, estar atento para não permanecer nessa letargia estacionária!
      Grata por sua leitura e contribuição com comentário! _/\_

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  2. Faço minhas as palavras da Jani! Verdadeira e importante reflexão, em momento crucial para toda a humanidade, partindo da escolha de cada "ego"! Namastê!

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    1. Sim! Essa velocidade que hoje até reclamamos, seja do tempo, da vida...pensamos seja parte de um processo de vencer, de alguma forma, uma inércia já ultrapassada por essa humanidade. Tudo ao nosso redor clama por mais atenção!
      Vamos lá...acordando!
      Abraço aí, gratidão!

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  3. A inercia nos mantem como cadaveres ou zumbis sem percepcao do real.A Vida em sua perfeicao sempre da um jeito para nos tirar da zona de conforto.Gloria aos Deuses por isso.
    Namaste.

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  4. A inercia nos mantem como cadaveres ou zumbis sem percepcao do real.A Vida em sua perfeicao sempre da um jeito para nos tirar da zona de conforto.Gloria aos Deuses por isso.
    Namaste.

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    1. Só mesmo a agradecer quando somos despertos dessa energia...ainda que muitas vezes o convite seja, ao início, dolorido, mas se estivermos atentos, é o momento de crescer, despertar!
      Na mas tê!

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  5. Respostas
    1. Tamas, inércia, é nome que damos a essa primeira das qualidades da matéria, Trigunas ou três Gunas. As seguintes Raja e Satwa, explosiva e harmônica, são as seguintes por onde deveremos aprender a transitar no próprio processo evolutivo. Vencendo tamas, inércia, tendemos a ir para outro extremo, com excesso de comando deixando de computar que, mesmo fazendo nosso melhor quando em rajas, movimento, observar que a vida tem sua própria linguagem que devemos aprender a ler, entender e respeitar! Aí sim, vivemos em harmonia: exercendo em nosso melhor, mas, sempre atentos aos sinais, mensagens e tudo que nos cerca, interagindo sem determinismos! Ainda na SD, sabemos que temos que ir além Satwa...de bom tamanho por hora já vibrar nessa harmonia. Chegaremos além...no tempo!
      Gratidão pelo comentário! Abraço aí e na mas tê!

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  6. Muito bom Telma, assunto atualissimo, nestes dias de egoísmo doentio impulsionado por modismos como o ter o ser e o parecer são mais importantes que qualquer ato de solidariedade e amor ao próximo, deixando todos solitários e inertes, sem motivações para explorarem outros limites que não o seu mundinho de conforto. Gostei. Adriano,

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  7. Tema muito pertinente para carregar além mesmice, além seguranças viciadas.Que estejamos atentos, abertos e disponíveis para vencê-las quando se apresentem!
    Bom que gostou!
    Gratidão pelo que somou aqui! Abraço aí!

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  8. Muito bom, Telma! Gostei de +! Grande abraço, Sonia

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  9. Gratidão Sonia pela leitura e por seu retorno.
    É sempre bom saber quando conseguimos tocar alguém!
    Abraço aí e na mas tê!

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