quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 8 - Por Luiz Domingues


Após essa apresentação no The Pub da Rua Augusta, a banda voltou ao palco do Magnólia Villa Bar. Na verdade, o Magnólia mantinha uma quarta-fixa fixa para os Kurandeiros, por mês, há bastante tempo, ao fazer com que esse estabelecimento praticamente fosse uma casa da banda, tamanha a maneira hospitaleira com a qual recebia a nossa banda
Nelson Ferraresso, tecladista original d'Os Kurandeiros 

Desta feita, o tecladista original d'Os Kurandeiros, Nelson Ferraresso, voltou para ocupar o seu lugar na banda e Dimas Ricchi não apareceu mais.

Mais familiarizado com o repertório, eu começava a habituar-me com a banda e a absorver a postura sempre observada pelo Kim, quando repetia a expressão: "atitude jazzística". Não é a minha seara na música, certamente, pois sou o tipo de músico que gosta de ensaiar e subir ao palco com o repertório na ponta da língua. Não tenho medo de improvisar, desde que conheça e bem o mapa e a harmonia das canções. Agora, improvisar a esmo, sempre foi algo que não gostei, definitivamente.

Mas claro, respeitava inteiramente a postura da banda e ao entrar em um time com essa regra estabelecida e a considerar que se tratava de uma banda com quase vinte anos de atividade, é óbvio que eu precisei adequar-me e convenhamos, o quanto antes. Fora o fato de ter sido super bem recebido e instantaneamente estabelecer um vínculo de camaradagem muito grande com todos os membros.

Por falar nisso, o Nelson logo que me viu nesse terceiro show com os Kurandeiros, mas primeiro com a sua presença, lembrou-se de uma passagem interessante, quando nos conhecemos, no remoto ano de 1986.

De fato, eu fui a um ensaio de sua banda ("Leito de Pedra"), nesse ano, de forma totalmente inesperada. Eu namorava uma garota que morava no bairro da Freguesia do Ó, zona noroeste de São Paulo. No dia em que fui conhecer a sua família, ela sugeriu que visitássemos o ensaio de uma banda de amigos seus do bairro e assim, eis que eu fui conduzido a um estúdio onde os irmãos Ferraresso ensaiavam com a sua banda. Nessa ocasião, conheci também o baixista, Izal de Oliveira, que era membro, também, desse grupo.

Não tive mais contatos com eles, a não ser o Izal, que anos depois integraria o grupo, "Caça Níqueis", uma banda que chegou a lançar CD's com material próprio, mas que ficou famosa mesmo, no circuito de motoclubes, principalmente.

Em 2012, eu tive o prazer de publicar em meu Blog 1, uma resenha do CD "Cantos da Estrada" (confira : http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2012/12/cantos-da-estrada-por-luiz-domingues.html ), um projeto dos irmãos Ferraresso (além do Nelson aos teclados, com seu irmão, o guitarrista/vocalista, João Carlos Ferraresso), que o Kim mostrou-me e tal trabalho encantou-me pela sua qualidade muito acentuada.

Nesse disco, algumas canções do tempo dessa banda iniciante, "Leite de Pedra", cujo ensaio eu assistira em uma determinada tarde de sábado de 1986, estavam gravadas e muito bem executadas. Eu sabia que o Nelson estava na formação d'Os Kurandeiros desde o início da banda e que ele era muito amigo do Kim e do Carlinhos, mas não sabia da carreira vitoriosa como side-man que o Nelson construira nesses anos todos.

Ao pesquisar para escrever a resenha, eu descobri no Blog do amigo, Cesar Gavin (Rockbrasileiro.net /Vitrola Verde), que o Nelson gravara mais de vinte discos com diversos artistas do Rock, Blues, Reggae, MPB etc.

Ele havia tornado-se um requisitado e muito competente tecladista, o que impressionou-me, positivamente. E, era/é extremamente gentil e humilde, ao cativar-me e para assim ratificar a impressão de que os Kurandeiros de Kim Kehl foram sobretudo, uma banda de pessoas de ótima índole.

E foi a segunda apresentação comigo na formação, no Magnólia Villa Bar, no dia 21 de setembro de 2011, com vinte pessoas na plateia.

Continua...

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