quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 24 - Por Luiz Domingues

Encerradas as filmagens, ficamos com a expectativa pelo prosseguimento das finalizações técnicas. O objetivo inicial foi a revelação do filme, visto termos filmado em película de cinema, na medida de 16 mm. Por sugestão do Xocante, o processo de revelação, telecinagem e edição, foram feitos na produtora Casablanca, um estúdio renomado sediado em São Paulo.

Eduardo Xocante com a câmera na mão; no canto direito, o diretor de fotografia, Aníbal Fontoura

O Xando foi o primeiro entre nós da banda, a ver o primeiro "copião" bruto revelado. O Xocante entrou em contato com ele e pediu para que ele examinasse o andamento dessa etapa da produção.

Lembro-me bem da reação entusiasmada do Xando, que prontamente ligou-me. Estava eufórico ao telefone por ter visto o copião revelado em uma tela de alta definição. E claro, após os demais processos técnicos, a tendência seria do clip ficar maravilhoso, visualmente. No processo de edição, o Xocante novamente convidou-nos a irmos lá na sede da Casablanca, acompanharmos o trabalho de edição.

Vivi Marques e eu, Luiz Domingues, em foto no camarim do Cine Vídeo, no dia da filmagem, Click de Grace Lagôa

Cautelosa, a coprodutora, Vivi Marques, pediu para que não fosse a banda inteira. Eu diria que ela foi prudente em primeira instância, para evitar atrapalharmos a concentração do Xocante à ilha de edição. Contudo, foi uma cautela excessiva, pois não éramos adolescentes imberbes no recreio da escola e que possivelmente não saberíamos nos portar em um ambiente de estúdio. 


Eis que que fomos em trio, eu (Luiz), Xando e Rodrigo. Ficamos muito animados ao constatarmos o trabalho de edição e a qualidade que o clip estava a ganhar na edição final.

E lá na Casablanca, o Xocante havia mostrado o copião a uma pessoa que teria contatos no mundo fonográfico. Essa mulher ficou eufórica com o som e abordou-nos a dizer que gostaria de apresentar-nos ao Thomas Roth que era o seu amigo pessoal e tinha um selo, onde muito provavelmente poderíamos lançar o nosso primeiro CD.

Essa sensação de que as portas começavam a abrir-se, foi deliciosa, mas experientes, não mudamos os nossos planos e seguimos em frente, sem euforia desmesurada. O clip ficou de fato, maravilhoso. Com uma bela fotografia e uma edição muito caprichada, apesar de conter um roteiro simples, com apenas imagens da banda a tocar e poucas inserções extras, o resultado final ficou muito bom.

Ao considerar-se que dependíamos da agenda da Casablanca e do Xocante, demorou cerca de vinte dias, mais ou menos para termos o clip finalizado e pronto para ser encaminhado às estações de TV. 

Contudo, uma pequena falha na inserção do áudio, pregar-nos-ia uma peça, conforme relatarei a seguir.

Continua...

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