quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 104 - Por Luiz Domingues

Tal casa estava, timidamente eu diria, a tentar voltar a ser uma casa de shows, visto que há anos estava conformada em ser um clube de dança para idosos. Nada contra tal atividade para o pessoal da terceira idade, mas foi mesmo um desperdício que uma casa tão bem localizada e com estrutura de som, iluminação, cenotécnica e camarins, não fosse um espaço de shows regulares.

Contudo, apesar dessas instalações, o aspecto interno da casa era decadente. Por conta de estar há tantos anos a sediar bailes, a sua decoração era "kitsch", de muito mau gosto. 

Quando eu entrei em seu interior, senti-me no set do programa "Clube dos Artistas", da TV Tupi nos anos setenta, pois era de uma "cafonália" a toda prova.

O evento certamente foi um balão de ensaio promovido para testar a ideia da direção daquela casa voltar a ser um espaço de shows e na verdade, tratara-se de um show do Golpe de Estado, que convidou-nos para dividir a noite. 

Naquela noite eu tive uma surpresa agradável assim que estacionei o meu carro, pois avistei o iluminador, Wagner Molina, que havia conhecido em 1999, por intermédio do Rolando Castello Junior e dali em diante, o Molina iluminara vários shows da Patrulha do Espaço, quando de minha participação com essa banda.

                       O super iluminador, Wagner Molina

Foi quando Molina revelou-me que havia recém refeito contato com a esposa do Xando, Grace Lagôa, na Rede Social Orkut, visto que há anos não conversavam e eles eram conhecidos desde os anos setenta. 

Só fiquei chateado por vê-lo com uma bengala e assim com dificuldades de locomoção e ele contou-nos que fora vítima de um ataque cardíaco e que nesse momento estava com sequelas temporárias que esperava sanar com o tempo.

Mesmo assim, com dificuldades nítidas de locomoção, ele ofereceu-se para operar a iluminação no show e claro que aceitamos, pois Molina é um dos maiores iluminadores do Brasil, com um currículo gigantesco de trabalhos prestados à artistas peso-pesado da música, fora a sua atuação na TV, em novelas e programas de variedades/jornalísticos. 

Feita a passagem de som, recolhemo-nos ao camarim para a espera do show. Claro, o convívio com o pessoal do Golpe de Estado sempre foi agradável e ali nós passamos bons momentos a conversarmos e rirmos, e nem sentimos o tempo passar...

Continua...

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