quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 98 - Por Luiz Domingues

A história da música:  "To Indo a Mil" é interessante, pois diz respeito a uma etapa anterior da minha carreira e a de Rodrigo Hid, também. 

Essa canção que de sua composição há muitos anos, na verdade foi uma criação que ele trouxe logo no início dos trabalhos do Sidharta, banda que nós fundamos juntos em 1997. 

Nessa ocasião, ela chamava-se: "Estar Feliz Consigo". Tratava-se de uma música bem ao estilo do R'n'B da velha guarda, estilo "Motown", com três partes bem construídas.

No tempo do Sidharta, ela foi arranjada nesses moldes da Black Music clássica e foi uma das nossas maiores esperanças de êxito para a carreira da banda, no futuro que projetávamos. 

Quando o Sidharta fundiu-se à Patrulha do Espaço, essa canção acabou por ficar de fora dos planos iniciais da banda, mas particularmente, eu sempre acreditei no potencial Pop que ela possuía.

Tanto foi assim, que eu e Rodrigo providenciamos a gravação de uma demo-tape em que apenas eu e ele participamos, ao visarmos inscrever tal canção no Festival que a Rede Globo lançou em 2000. 

O Rolando Castello Junior não quis entrar em estúdio oficialmente, mas não opôs-se ao nosso esforço isolado e assim, nós gravamos de uma forma muito caseira, a utilizarmos um port-studio com oito 8 pistas e o uso de uma indefectível bateria eletrônica. 

Claro que foi uma gravação simples, com aspecto caseiro, mas mesmo assim, acredito ter ficado digno o resultado e suficiente para o envio ao festival. Apesar dessa confiança auto adquirida, claro que não fomos classificados, mas acredito que nem se a tivéssemos gravado oficialmente com a banda inteira e mediante o uso de um estúdio de qualidade, teríamos logrado êxito, visto que em meio a um festival desses, a possibilidade das cartas marcadas foi grande. 

E por que mandamos, mesmo assim, se sabíamos tratar-se de algo quase impossível? 

Ora, na dúvida, a única certeza que temos na realidade é que só não ganha mesmo na loteria, quem não faz uma aposta.  

O tempo passou e essa canção culminou em não ser mesmo aproveitada pela Patrulha do Espaço. Quando o Pedra iniciou as suas atividades, o Rodrigo também não lembrou-se dela por ocasião do primeiro disco, mas quando começou a movimentação em prol do segundo, ele a resgatou da gaveta. 

Eu entusiasmei-me, é claro, pois sempre apreciei-a e acreditava muito no seu potencial Pop. Acreditava inclusive que ela encaixar-se-ia ainda melhor à mentalidade do Pedra, do que mesmo ao Sidharta e certamente mais em relação à Patrulha do Espaço.

Todavia, a música passou por algumas modificações estruturais, principalmente na questão da letra que foi totalmente reformulada e também na melodia que ganhou modulações bem diferentes. 

A estrutura rítmica permaneceu na estética da Black Music clássica, contudo, embora de minha parte, a linha do baixo tenha mudado um pouco, ao acompanhar a criação do Ivan Scartezini, diferente do que o Zé Luiz Dinola fazia no tempo do Sidharta.

A letra teve a colaboração do Xando, que sempre gostava de participar ativamente desse quesito, mas houve também uma sutil colaboração da atriz/cantora Lu Vitaliano, que inspirou um frase na construção da letra. Tal inspiração foi considerada vital e daí, o seu nome ter sido incluído como parceira na composição. A música entrou enfim no "Pedra II" e tornou-se bem requisitada nos shows da banda.

O áudio de "Tô Indo a Mil", do disco:
Eis o Link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=w4KdYfcmjfU

Continua...

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