quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 282 - Por Luiz Domingues

Para a sessão de fotos que compôs a capa do novo álbum, Junior e Claudia se esmeraram para criar as melhores condições possíveis para a fotógrafa Ana Fuccia trabalhar, sob uma locação ao ar livre.

Providenciaram guarda-chuva fotográfico, iluminação e rebatedores de luz, além de pensarem na direção de arte, com objetos de cena que fariam a composição da ilustração principal.

Entre nós, a orientação foi para nos vestirmos a vontade, a usarmos figurino de show, mas a evitarmos a cor preta, para justamente se quebrar a ideia do PB radical que norteou a concepção da capa do álbum anterior.

Tudo ocorreu em uma noite de um dia útil, creio que foi uma terça-feira, não anotei a data precisa. 

O ambiente foi uma laje agradabilíssima na residência do Junior e Claudia, que era um sobradão amplo, provavelmente uma edificação dos anos trinta ou quarenta do século passado, com vários patamares. Tal laje ao ar livre era um espaço livre, intermediário entre a entrada da residência e o portão que dava acesso à rua. 

Dava para se promover festas ali e de fato, o Junior comemorou seu aniversário em 2001, com uma festa ali realizada.

A ideia seria que Ana Fuccia nos fotografasse por cima, ao nos mostrar em volta de uma mesa, a simular uma discussão de estratégia militar, e na mesa, um mapa ficaria em destaque.  

Para buscar tal ângulo, Ana nos enquadrou da janela de um cômodo no primeiro patamar da residência, e claro, ali fez inúmeros clicks dessa tomada básica, da qual sairia a ilustração principal da capa.

Muitas fotos alternativas foram feitas, e uma sessão de promocionais foram feitas na mesma sessão, a se aproveitar a ocasião.

Sobre os objetos de cena, o destaque obviamente foi o mapa do estado de São Paulo, estilizado com a figura de uma moça ("a paulistinha", segundo a tradição do partido em questão e já falo sobre isso), onde um suposto lenço e parte de sua própria cabeleira, ajudava a dar o formato de nosso estado. 

Tratava-se de um mapa muito antigo, e pertencente ao extinto PRP (Partido Republicano Paulista), fundado em 1873, e que apoiou totalmente a revolução constitucionalista de 1932, objeto de uso desse singelo mapa. Uma lupa, um par de baquetas, um pote, esquadro, palhetas de guitarra. uma chave de afinação de bateria, um pequeno castiçal com uma vela acesa... enfim, a ideia foi aludir à banda, mas com toda uma aura de estratégia militar.

A mesa em si, era de fato antiga também, e nos fora emprestada de um bar temático e localizado no bairro vizinho, no Cambuci, cujos donos de tal estabelecimento eram amigos do Junior. Não sei precisar, mas acredito que se tratou de uma mesa dos anos 1940, como quase tudo que decorava tal ambiente, e portanto, foi uma boa ideia que o Junior teve para compor a cena da ilustração. 

No cômputo geral, o disco pendeu para o amarelo e o marrom como tonalidades principais, muito pela concepção das fotos, ao se buscar o amarelado da luz diáfana. Foi uma opção da fotógrafa, Ana Fuccia, e acho que ficou bonito.

Continua...

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