domingo, 6 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 252 - Por Luiz Domingues

Após esse raiar do sol lúdico que presenciamos na praia deserta e apesar do vento forte que ali fazia, deu para descansarmos bastante, e com o próximo compromisso na mesma cidade, tudo ficara mais ameno, visto que enfrentar a estrada dia após dia, sempre foi o que efetivamente nos cansava em demasia. 

Fomos para o "Drakkar", uma casa noturna localizada no centro nervoso da famosa Lagôa da Conceição, portanto ali mesmo daquele lado da Ilha, com muita tranquilidade e rapidez.  

Montamos o backline da banda no palco tímido da casa, mas isso também não nos causou grandes transtornos, pois há anos estávamos acostumados a lidar com todo tipo de palco, dos grandes de teatros, aos minúsculos, das pequenas casas noturnas. 

A casa era bem montada, mas bem diferente da ambientação mais fina do "Matisse", onde tocáramos na noite anterior. Mais ambientada para a nossa proposta, parecia mais aberta a abraçar um show de Rock, e de fato, assim transcorreu. 

Após o soundcheck, resolvemos voltar ao hotel só para um rápido apronto, pois no entorno do Drakkar haviam muitos restaurantes, alguns charmosos até, com a presença muitos turistas etc. Portanto, voltamos para jantar e já ficarmos por ali mesmo, a aguardarmos a hora do show.

Foi nesse momento pós-jantar e pré-show que eu e Marcello nos sentamos na porta do bar em mesinhas que ficavam de fora da casa, e vimos que um rapaz cabeludo parou, ficou a mirar o cartaz e o vimos a perguntar ao porteiro da casa, se éramos mesmo a "Patrulha do Espaço do Arnaldo Baptista", ou uma banda cover/Tributo. Foi quando eu o reconheci. Se tratou de Ricardo Graça Melo, ator e cantor, filho da atriz Marília Pêra, e do produtor de TV, Guto Graça Mello, famoso nos anos setenta e oitenta por ter estrelado filmes ("Menino do Rio"), e novelas. 

Levantei-me e fui falar com ele, ao convidá-lo a comparecer mais tarde para assistir o show, mas ele não apareceu. Uma pena, pois ele perdeu um dos shows mais energéticos que fizemos em 2003, pois a nossa performance no Drakkar foi alucinante, mediante a participação de um público quente, com muitos fãs da banda e atuação de convidados a tocarem conosco. 

Saímos do palco inteiramente suados e satisfeitos com o resultado sonoro e o calor do público que delirou. Essa é uma tremenda lembrança que guardo com carinho. Aconteceu em 3 de maio de 2003, no Drakkar de Florianópolis, com cerca de oitenta pessoas na plateia.  

Dois shows em outras cidades houveram sido cancelados e com essa falta de apresentações em Vacaria-RS e Novo Hamburgo-RS, ficamos com um hiato até o próximo compromisso, na capital gaúcha, Porto Alegre. Portanto, permanecemos por mais um dia em Florianópolis, a aproveitarmos o hotel a extrema proximidade entre o mar e as dunas de areia. E no meio da tarde, partimos para Porto Alegre, onde faríamos duas noites em uma casa onde muitas histórias foram geradas.

Continua...  

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