sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 286 - Por Luiz Domingues

Encerradas as sessões de mixagem e concluída a capa, em fins de fevereiro e começo de março, não tivemos outras atividades marcadas e aí, ocorreu-nos um desânimo geral e de minha parte, aquele grau de insatisfação generalizada acentuou-se. Eu lastimo muito que tenhamos chegado nesse ponto, mas antes até da gravação do CD "Missão na Área 13", o clima interno da banda já estava em acentuada deterioração e agora, com o disco novo em mãos, mas sem nenhum sinal de que ele promover-nos-ia alguma mudança no aspecto gerencial da banda, apesar de ser uma peça artística de alto padrão, digo com pesar que o combustível da nossa nave espacial estava a esgotar-se. Então, o que tivemos de mais concreto de imediato, foram as manifestações da crítica já a repercutirem o novo CD.
 

Um exemplo, a ótima entrevista concedida à revista Poeira Zine, que estava a começar a se firmar no mercado editorial e claro, tinha como leitor alvo, quem apreciava Rock retrô, Vintage, Classic Rock ou chame como quiser.  

Nesses termos, foi ótima a entrevista concedida ao jornalista Bento Araújo, que a valorizou certamente pelo quilate das perguntas formuladas. Que bom seria se todo entrevistador fosse um jornalista especializado e muito culto no assunto, ao formular perguntas muito mais que pertinentes, mas com profundidade e conhecimento de causa.

Mais uma boa entrevista saída na mesma época, foi na Revista Batera & Percussão, conduzida pelo seu editor em pessoa, o Régis Tadeu, que nessa época ainda não era um personagem midiático, como viria a se tornar, anos depois. Ao entrevistar o Junior, falou-se bastante sobre o novo trabalho e assim como Bento Araújo, Régis Tadeu é uma conhecedor da matéria, que deu verniz à entrevista.
Atrasada, mas válida, a resenha do disco anterior, ".Compacto", saiu publicada no Fanzine Mega Rock.
Eis o que o seu editor, Fernando Cardoso, escreveu:

"Neste novo álbum o Patrulha apresentou muita criatividade na concepção gráfica, pois a capa tem o mesmo tamanho de da capa de um compacto de vinil. E dentro tem um envelope do mesmo estilo que vinha nos LP's  isso além de ter dado um aspecto de originalidade para esse álbum, também fez com que ele ficasse com um certo requinte luxuoso. O nome também foi um primor de originalidade, pelos múltiplos significados que ele possui, pois ele se chama ".ComPacto" em homenagem aos compactos de vinil e também ao passado, o ".Com" faz uma referência à modernidade com a internet, o "P" maiúsculo no meio do nome forma a palavra "pacto", pois eles estão "compactuados" com o Rock, ou seja, utilizaram muita imaginação com uma única palavra.Musicalmente a banda é esplêndida, com arranjos virtuosos e composições criativas, eles desenvolveram um álbum notável, fazendo Hard Rock estilo anos 70, cheio de energia.

O baterista Rolando Castello Junior mantém a forma, tocando com muito virtuosismo e precisão, ele tem um estilo muito original. O Patrulha surgiu em 1977, e é muito bom ver uma banda se manter por tanto tempo, mesmo com as dificuldades que surgem pelo caminho. Para encerrar, também merece um elogio a bela ilustração da capa. Completam a formação : Luiz Domingues (BX/VZ), Rodrigo Hid (GT/VZ) e Marcello Schevano (GT/VZ).

Fernando Cardoso 

Mais matérias e resenhas sairiam, a partir de junho/julho de 2004.
Nesse ínterim, uma canção da Patrulha do Espaço foi incluída em numa coletânea produzida pela gravadora Baratos Afins, chamada: “Sim, São Paulo”. A ideia do produtor Luiz Calanca, foi fazer menção à coletânea Novaiorquina, “No New York”, e ao trocar o “Não” pelo “Sim”, deixou-a com conotação mais positiva. 
 
Mais que isso, a obra foi uma homenagem à cidade de São Paulo que completara 450 anos de existência em 2004, e cada faixa fazia menção à cidade, através de diversos artistas, e não necessariamente ligados ao Rock, mas a se revelar algo bem dispare, a apresentar artistas ligados à MPB, por exemplo. A nossa banda participou com a faixa: “São Paulo City”, tudo a ver com o espírito dessa coletânea, naturalmente e o track usado foi extraído de seu original, proveniente do CD “.ComPacto”. 
 
Ao final de abril, uma luz surgiu no final do túnel. Dois shows em Santa Catarina estavam programados, sendo que um deles para um festival de grande proporção ao ar livre.
Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário